Por Naureen S. Malik.
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Esses conselhos não estavam sendo dados para uma sala repleta de aspirantes a empreendedores do Vale do Silício ou profissionais de mídia de Manhattan, mas para um público que – pelo menos até recentemente – era um dos setores industriais mais estáveis e conservadores.
Concessionárias dos Estados Unidos e produtores e operadores energia que as ajudam a manter as luzes acesas começam a discutir em público como enfrentar os desafios impostos pela mudança climática. Na quarta-feira, Dan Haley, presidente da Colorado Oil & Gas Association, compartilhou em uma conferência em Los Angeles lições que, segundo ele, aprendeu nas linhas de frente. A ConocoPhillips e a Southern California Gas, da Sempra Energy, estavam entre os participantes.
Concessionárias de serviços públicos estão cada vez mais no radar de acionistas e grupos ambientalistas que pressionam pela redução de emissões de gases de efeito estufa. Solar e eólica estão cada vez mais substituindo combustíveis fósseis como o gás natural para geração de energia e, no mês passado, Berkeley se tornou a primeira cidade dos EUA a proibir o uso de gáspara aquecimento e cozimento na maioria dos novos edifícios.
Os produtores de gás que a associação de Haley representa conhecem bem esse tipo reação negativa. Há anos são alvo de críticos do fraturamento hidráulico, a técnica usada para extrair combustível de rochas a vários metros de profundidade. Construtores de oleodutos também enfrentam obstáculos legais e regulatórios, mesmo em estados que apoiam o setor de combustíveis fósseis, como o Texas, onde a Kinder Morgan está processando a administração de uma cidade sobre regras que, segundo a empresa, impediriam a construção de um canal de gás de US$ 2 bilhões.
A resposta das empresas de energia às críticas da sociedade “certamente tem sido lenta”, disse Haley na conferência Rockies & West – LDC Gas Forums, um encontro do setor de gás. Comentários negativos não demoram muito para se espalhar pelas redes sociais: “O que acontece no Colorado não fica no Colorado”.