Confiança econômica da zona do euro cai antes de mais estímulos

Por Piotr Skolimowski, com a colaboração de Kristian Siedenburg e Catherine Bosley.

A confiança econômica da zona do euro caiu para o nível mais baixo em mais de um ano logo antes de o Banco Central Europeu implementar mais estímulo para incentivar o crescimento e eliminar a ameaça de deflação.

Um índice da confiança de executivos e consumidores recuou pelo terceiro mês consecutivo, do número revisado de 103,9 pontos em fevereiro para 103 em março, disse a Comissão Europeia nesta quarta-feira em Bruxelas. É o valor mais fraco desde fevereiro de 2015 e se compara com uma mediana de estimativas de uma leitura de 103,8 em uma pesquisa da Bloomberg com economistas.

Na sexta-feira, o BCE aumentará as compras mensais de bonds de 60 bilhões de euros para 80 bilhões de euros (US$ 89 bilhões), como parte de novas medidas que também incluem taxas de juros mais baixas e um possível subsídio para empréstimos a bancos da zona do euro. Quando o presidente Mario Draghi anunciou o pacote no dia 10 de março, ele disse que o impulso do crescimento tinha sido mais fraco que o previsto no começo do ano, mas que ele projetava que a recuperação econômica “prosseguiria a um ritmo moderado”.

“A queda constante da confiança econômica escurece a visão de uma melhoria na economia da zona do euro em março”, disse Bert Colijn, economista do ING em Amsterdã. “Isso significa que embora a confiança econômica na zona do euro continue bem acima de sua média no longo prazo, os declínios gerais dos indicadores da pesquisa apontam para um crescimento do PIB um pouco mais fraco neste trimestre do que no quarto trimestre”.

A confiança do consumidor caiu de -8,8 em fevereiro para -9,7, mostrou o relatório, e a confiança no setor de serviços recuou de 10,8 em fevereiro para 9,6. As medições para a construção e a confiança industrial também caíram.

Os últimos dados contrastam com uma sequência de indicadores animadores da região. A pesquisa Business Climate do instituto alemão Ifo, que é analisada com muita atenção, melhorou pela primeira vez em quatro meses em março, e o Índice de Gerentes de Compras da Markit Economics para produção de manufaturas e serviços aumentou para o nível mais alto em três meses.

A pesquisa foi realizada antes do dia 22 de março, quando explosões provocadas por suicidas no aeroporto e no metrô de Bruxelas mataram mais de trinta pessoas e deixaram muitas outras feridas.

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