Consumidor americano aprende a monitorar pontuação de crédito

Por Suzanne Woolley.

Stan Kelman passou três anos monitorando e ajustando a pontuação de crédito da esposa para chegar a um perfeito 850. “É uma conquista pessoal”, diz o analista de negócios e cientista de dados de 44 anos. “Estou muito orgulhoso disso.”

Anna, a esposa, deixou que ele dirigisse a estratégia de administrar suas contas — seja para pedir um novo crédito, decidir o momento para pedir limites mais altos, ou quanto gastar desses limites. O marido, que se descreve como obcecado por cartões de crédito, também estava trabalhando no próprio recorde. Há seis meses, a pontuação de Kelman atingiu 842. Ele acredita que dentro de um ano também poderá chegar a 850.

Cerca de 200 milhões de consumidores americanos têm pontuações de crédito FICO, e um pouco menos de 3 milhões, ou cerca de 1,4 por cento, têm 850 pontos perfeitos. Esses dados são da Fair Isaac, a empresa dona do modelo de pontuação de 28 anos empregado pelos bancos para prever se uma pessoa pagará um empréstimo. Mas, ao longo dos anos, esse número passou a ser muito mais do que isso — agora ele é um ícone americano do sucesso ou do fracasso, da esperança ou do desespero, da segurança ou do risco. Embora existam modelos concorrentes, quase qualquer pessoa com um cartão de crédito sabe que um número que normalmente oscila entre 300 e 850 exerce uma influência enorme sobre sua vida financeira.

Será mesmo? Talvez os EUA estejam finalmente se aproximando daquilo que poderia ser chamado de pico de pontuações de crédito. Neste ano, a média da cifra nacional do FICO é de 700, um pouco mais do que em outubro de 2006, antes da sequência que provocou o colapso financeiro mais recente do país. As filas dos consumidores “de superprimeira linha” — aqueles com pontuações de 800 ou mais — têm crescido constantemente desde 2010 e hoje eles são mais de 41 milhões, mais do que os consumidores com pontuações de até 600.

Uma das grandes razões é que de uma maneira geral, as finanças do consumidor americano vão bem. Embora o nível geral de dívida das famílias tenha voltado ao pico anterior à recessão, ele ainda é baixo na comparação com a renda, diz Mark Zandi, economista-chefe da Moody’s Analytics. O serviço das dívidas — pagamentos do principal e dos juros como porcentagem da renda — está no patamar mais baixo da história, ajudado pelo refinanciamento de hipotecas da última década.

A pontuação de crédito era considerada um grande mistério, ou era preciso pagar para vê-la. Atualmente, as empresas de cartão de crédito estão ansiosas para mostrá-la, de graça. Mas esses números de três dígitos que você recebe todos os meses não são necessariamente os que os bancos usam. Na verdade, existem dezenas de pontuações, algumas baseadas em versões anteriores de modelos de pontuação FICO e outras desenvolvidas pelas três grandes agências de crédito. Além disso, a pontuação variará de acordo com o setor do banco — hipotecas, empréstimos automotivos, cartões de crédito e serviços de telecomunicações.

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