Por George Lei.
Com o início do leilão marco de petróleo do México, em 15 de julho, os participantes do mercado monetário podem estar antecipando apoio ao peso, que atingiu um ponto mais baixo em relação ao dólar na última semana. Eles não devem prender a respiração.
Ao abrir sua indústria de energia à concorrência estrangeira pela primeira vez, desde 1938, o governo espera estimular 63 bilhões de dólares em investimentos até 2018. Fluxos de capital estrangeiro direto dessa magnitude seriam uma bênção para a economia de 1,3 trilhão de dólares do México e para o peso.
O leilão divisor de águas teve um começo difícil, com regras de licitação severas que desencorajaram potenciais investidores de peso. Cinco de 38 potenciais proponentes, incluindo Glencore, Noble Energia, Ecopetrol e até mesmo a produtora de petróleo estatal do México, Pemex, retiraram-se depois que o governo disse que cada grupo de licitação precisava de um fiador com capital próprio de mais de 6 bilhões de dólares.
O país “teria tido mais lances, se tivesse sido mais aberto”, disse Alfredo Alvarez, líder do setor de energia do México da Ernst & Young.
O Ministério de Energia tentou baixar as expectativas dizendo que o leilão seria um sucesso se 30 a 50 por cento dos blocos fossem concedidos. Esta semana estão sendo oferecidas 14 áreas, parte de um total de 914 que serão leiloadas no decorrer dos próximos cinco anos, e a expectativa é de que sejam gerados 17 bilhões dólares em investimentos privados neste ano.
“Um sucesso de vendas na estreia iria melhorar o humor dos mercados, mandando um sinal positivo para futuras rodadas”, afirmou Benito Berber, estrategista FX para mercados emergentes da Nomura. “Reformas na energia vão tornar a economia do México mais produtiva com o passar do tempo, ajudando a estabilizar o peso no médio prazo”, disse Berber.
O peso mexicano atingiu uma baixa de 15,87 em relação ao dólar, em 7 de julho, depois de escorregar abaixo de 15,60 em 26 de junho, quando as preocupações com o referendo da Grécia agitaram os mercados globais. Qualquer recuperação, provavelmente, será limitada pelas movimentações médias de 50 e 100 dias, próximas de 15,44 e 15,33, respectivamente.
O Banco Central, provavelmente, não vai intervir nem ajudar o peso, aumentando as taxas de juro. Crescimento doméstico lento, falta de pressão inflacionária e relutância para fazer apertos antes do aumento de juros pelo FED − todos esses fatores fazem com que a perspectiva seja fraca para o peso nos próximos meses.