Credit Suisse avalia oferecer pesquisa grátis sob MiFID II

Por Katie Linsell e Tom Beardsworth.

O Credit Suisse Group estuda oferecer um preço imbatível pelas pesquisas de renda fixa após a nova regulamentação europeia entrar em vigor no ano que vem: zero.

O banco suíço dará a maioria das pesquisas de graça para investidores institucionais, segundo três pessoas a par do plano. De acordo com as fontes, que pediram anonimato porque a informação é privada, as análises serão disponibilizadas para cumprir a Diretiva de Mercados em Instrumentos Financeiros da União Europeia (conhecida pela sigla MiFID II), que proíbe algumas gratuidades a clientes. Haverá cobrança quando os investidores desejarem conversar em particular com analistas ou acesso a pesquisas sobre ações, disseram.

Um porta-voz do Credit Suisse preferiu não comentar.

A revisão conhecida como MiFID II passa a valer a partir de 3 de janeiro e forçará os bancos a cobrar por pesquisas que, durante décadas, foram empacotadas com outros serviços, como a negociação de instrumentos financeiros. Entre as divisões de pesquisa dos bancos de investimento, a disputa pela clientela formada por gestoras de recursos está provocando queda dos preços. O Deutsche Bank já cortou pela metade a anuidade inicial proposta pelas pesquisas de renda fixa e macroeconomia para 30.000 euros (US$ 36.000) para até 10 usuários.

As novas regras foram elaboradas para impedir que as gestoras de investimento recebam pesquisas e serviços — como a organização de encontros com executivos de empresas — porque tudo isso pode funcionar como indução a negociações. De acordo com uma apresentação enviada pelo banco a investidores e à qual a Bloomberg teve acesso, ao tornar públicos os relatórios de pesquisa, o Credit Suisse entende que os órgãos reguladores vão considerar suas análises “benefício não monetário menor” aos clientes, isentando os estudos das regras.

A apresentação cita comentários publicados em abril pela autoridade reguladora do mercado de valores mobiliários da Europa, afirmando que a pesquisa de renda fixa se qualificará se estiver “disponível a todas as firmas de investimento e ao público em geral”.

O Danske Bank também avalia fornecer quase todas as pesquisas sem custo. Apenas solicitações especiais de clientes por pesquisa adicional serão sujeitas a cobrança pelo banco dinamarquês, de acordo com Jakob Groot, responsável global por renda fixa, câmbio e commodities.

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