Cresce a adoção de algoritmos de FX pelas tesourarias corporativas

Artigo escrito por Alison Fletcher, especialista em fluxo de trabalho de tesouraria corporativa da Bloomberg L.P. e Oleg Shevelenko, gerente de produtos de FX da Bloomberg L.P.

No mundo do hedging das tesourarias corporativas, os primeiros adeptos de qualquer tecnologia de ponta normalmente pertencem às tesourarias maiores e mais complexas, nas quais as equipes podem se dar o luxo de se especializar. Somente depois que as tecnologias passam a fazer parte do dia a dia destes grupos é que se tornam melhores práticas para as empresas de médio e pequeno porte. Foi exatamente este o caso dos algoritmos de FX: uma maior volatilidade no mercado de câmbio, preocupações com liquidez e o desejo de otimizar o hedging deram origem a um novo tipo de usuário de algoritmos de FX, as empresas de médio porte.

Como os algoritmos de FX funcionam?

Impulsionados pela necessidade de reduzir custos e aumentar a eficiência do trading, os algoritmos surgiram como uma forma alternativa de acesso ao mercado – primeiro para as empresas do buy-side e, mais recentemente, para as tesourarias corporativas. Os algoritmos são classificados de acordo com diferentes estratégias (muitas vezes com nomes cativantes) que podem ser definidas, de forma mais ampla, como passivas, agressivas ou com base em trading de escalonamento de tempo real. O objetivo é ter acesso à melhor liquidez possível, que pode ser proveniente de formadores de mercado bancários ou não bancários, bem como de futuros. Os usuários finais podem controlar elementos de execução de ordens como timing, velocidade, spreads e volume das ordens, enquanto outros fatores, tais como melhor ambiente de acesso, são tradicionalmente determinados pelo algoritmo.

Quem oferece?

Assim como no caso de outras tecnologias de ponta, o trading com a utilização de algoritmos foi oferecido, inicialmente, pelos maiores fornecedores de liquidez. Agora, porém, passou a ser ofertado também por bancos regionais e de médio porte.

Algoritmos vs plataformas multi-dealer: quais os benefícios?

Um ambiente de negociação multi-dealer oferece um ponto de acesso uniforme a algoritmos de vários provedores. Isto permite ao tesoureiro corporativo utilizar uma ampla variedade de estratégias e provedores de algoritmos com base em seus respectivos pontos fortes. Além disto, há uma tendência crescente nas plataformas multi-dealer de oferecer análises neutras de execução pré- e pós-negociação, permitindo que os clientes escolham a estratégia mais adequada ao instrumento negociado e às condições de mercado e, posteriormente, avaliem seu desempenho. Por fim, os ambientes de negociação multi-dealer oferecem integrações de processamento que “conversam” diretamente com os sistemas de gestão de tesouraria (TMS), permitindo que as empresas importem as ordens e processem as execuções algorítmicas resultantes de forma totalmente automatizada.

Conclusão

A volatilidade do mercado de câmbio e a busca por liquidez e eficiência podem ter sido os fatores que inicialmente levaram os tesoureiros corporativos de nível médio a explorar e adotar o uso de algoritmos, pelo menos para algumas de suas necessidades de hedging. Hoje, porém, parece mais provável que esta mudança se torne permanente e que a adoção de algoritmos como uma ferramenta valiosa para o hedging corporativo continue crescendo.

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