Ignore o “leve cheiro de pânico”, o crescimento global está acelerando

Por Simon Kennedy.

Não dá para perceber pelo barulho que vem da China e da Grécia, mas a economia mundial está ganhando velocidade.

O Morgan Stanley projetou na quinta-feira uma expansão mundial de quase 4 por cento no segundo semestre deste ano, frente a 2,9 por cento nos primeiros seis meses.

A empresa diz que o estímulo monetário está assumindo o controle e que 18 bancos centrais vão prorrogá-lo neste ano, o que é motivo suficiente para ser otimista, embora o banco também preveja uma desaceleração prolongada na China e um risco de 75 por cento de que a Grécia abandone a zona do euro.

“A força da demanda doméstica nas economias desenvolvidas será o motor fundamental do crescimento”, disseram Chetan Ahya e Elga Bartsch, os economistas-chefes do Morgan Stanley, aos clientes. “Temos a expectativa de que a economia mundial continue pelo caminho da recuperação gradual”.

No Credit Suisse Group AG, os economistas estão otimistas apesar de detectarem um “leve cheiro de pânico” pela depressão do mercado acionário da China e pela crescente perspectiva da saída da Grécia da zona do euro.

No entanto, eles projetam melhorias nas economias dos EUA e do Japão, além do fortalecimento do impulso na produção industrial do mundo inteiro. Um terceiro ganho consecutivo no número mensal de pedidos no plano internacional está sustentando esse otimismo, pois eles acham que esse é o melhor indicador antecedente da demanda por bens.

Os tons positivos contrastam com o do FMI, que disse nesta semana que a economia mundial crescerá 3,3 por cento em 2015, abaixo dos 3,5 por cento estimados em abril. Contudo, grande parte dessa redução se deveu à fraqueza do primeiro trimestre nos EUA.

Contágio limitado
Por que a falta potencial de contágio? No caso da Grécia, trata-se da confiança em que as autoridades da zona do euro possam evitá-lo empregando ferramentas como os programas de compras de bonds do Banco Central Europeu se o país for obrigado a adotar uma nova moeda.

Na China, as ações ainda equivalem a apenas cerca de 20 por cento da riqueza das famílias, portanto sua influência é limitada e o consumo também desempenha uma função menor no PIB do que em outros países.

Embora o MSCI World Index de ações esteja prestes a registrar o terceiro declínio semanal consecutivo, Hans Mikkelsen, estrategista de crédito do Bank of America Corp., aponta para indicadores que medem a perspectiva para a inflação nos próximos cinco anos como o “ponto fundamental” em que os investidores devem se concentrar na hora de definir o futuro.

“A situação atual, em que as expectativas de inflação no longo prazo são robustas – apesar dos grandes declínios nos preços do petróleo – retrata uma perspectiva muito melhor para o crescimento mundial”, disse ele.

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