Crescimento do Scotiabank na América Latina mostra lentidão

Por Doug Alexander.

A ofensiva de três anos do Bank of Nova Scotia na América Latina parece estar perdendo força após anos de crescimento rápido.

O CEO Brian Porter mudou as prioridades após assumir o comando do terceiro maior banco do Canadá em ativos, em novembro de 2013, focando em quatro países latino-americanos em busca de crescimento — México, Chile, Colômbia e Peru. O lucro obtido nesses países subiu 1,9 por cento no terceiro trimestre fiscal em relação ao mesmo período do ano anterior, informou o banco na terça-feira, e o lucro trimestral pouco mudou nos últimos 12 meses.

A lógica do Scotiabank para se concentrar nos quatro países da chamada Aliança do Pacífico foi repetida por Porter diversas vezes nos últimos três anos. O argumento dele é que esses países representam a sexta maior economia regional do mundo, oferecendo um crescimento econômico favorável e uma classe média jovem, de rápido crescimento e com baixa bancarização. O Scotiabank mantém operações em mais de 50 países, o que o transforma no banco mais internacional do Canadá.

Os ganhos na América Latina, que somaram 374 milhões de dólares canadenses (US$ 300 milhões) no trimestre terminado em 31 de julho, foram reduzidos por problemas relacionados a inundações no Peru e a prejuízos maiores com cartões de crédito na Colômbia, segundo o banco.

Quando Porter divulgou seu plano de mudar o foco internacional do banco da Ásia para os países da Aliança do Pacífico, no segundo trimestre de 2014, a América Latina somava lucro de cerca de 274 milhões de dólares canadenses, segundo balanços financeiros. Os saldos médios de empréstimos da região subiram mais de 45 por cento desde 2014 e os depósitos e receitas também aumentaram.

O total de empréstimos na América Latina subiu 7,7 por cento neste ano até o momento e os saldos médios maiores de hipotecas, empréstimos e cartões de crédito compensaram o ritmo lento dos empréstimos a empresas e governos. A margem de juros líquida na região — a diferença entre o que um banco paga por depósitos e cobra por empréstimos — foi de 4,82 por cento, o dobro da obtida com a atividade bancária no Canadá.

Os executivos da empresa informaram aos investidores em janeiro de 2016 que o banco buscava aumentar os ganhos em até 11 por cento nesses quatro principais países latino-americanos dentro de três a cinco anos com a adição de mais clientes, a adoção da tecnologia e a redução de custos.

A América Latina ajudou a divisão internacional do Scotiabank a registrar ganhos de 672 milhões de dólares canadenses no trimestre, segundo comunicado desta terça-feira, estendendo a sequência de lucros recorde em sua segunda maior divisão. A América Latina representa 56 por cento do lucro internacional total do banco com sede em Toronto. A divisão bancária canadense, a maior do Scotiabank, também registrou lucro recorde de 1,05 bilhão de dólares canadenses no trimestre.

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