Crise econômica reduz depósitos e crescimento de hipotecas em bancos de varejo

Por Jonathan Tyce e Arjun Bowry.

A deterioração do cenário macroeconômico no Brasil está pesando sobre as instituições financeiras, cuja habilidade de fazer empréstimos está limitada pela redução dos depósitos. Os bancos privados, provavelmente, vão frear o aumento de empréstimos e aumentar as provisões, diante do aumento de dívidas podres.

O patrimônio do sistema bancário brasileiro caiu para 1,96 trilhão de dólares nos três primeiros meses de 2015, de 2 trilhões de dólares no trimestre anterior. Esta é a primeira vez, desde o período equivalente de 2009, que o patrimônio total cai por dois trimestres consecutivos.
 

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Os depósitos de poupança caíram no primeiro trimestre, pela primeira vez, em nove anos, potencialmente limitando a capacidade dos bancos de fornecer crédito para hipotecas. Pelas regras locais, pelo menos 65% dos depósitos dos bancos devem ser usados para financiar empréstimos imobiliários.

A queda de 12,4 bilhões de reais (4 bilhões de dólares) nos depósitos em poupança no primeiro trimestre equivale a uma redução de pelo menos 2,6 bilhões de dólares em fundos para garanta de hipotecas.

A expansão econômica do Brasil, na última década, foi um significativo impulso para o crescimento nas hipotecas. É provável que uma desaceleração tenha impacto negativo similar.
 

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A projeção consensual para o PIB do Brasil neste ano caiu para menos 1 por cento, de 0,5 por cento no fim fevereiro. Economistas também reduziram suas projeções, para 2016, para 1,2 por cento.

O desemprego também está previsto para chegar a 6,7 por cento em 2016, ante os 5,8 por cento atuais. Isso, provavelmente, vai levar a um aumento nas provisões e cobranças de dívidas podres, trazendo também desaceleração no crescimento de empréstimos.

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