Por Andre Tartar.
Pesquisas sugerem que fatores fora do controle de qualquer presidente dos Estados Unidos, e não suas políticas atuais, ditam o rumo da economia. No entanto, junto aos eleitores, o presidente eleito Donald Trump receberá a maior parte da culpa ou elogios quando se trata do impacto de sua agenda nos próximos quatro anos.
O produto interno bruto (PIB) está avançando, mas lentamente, a um ritmo anual de 1,7% até o terceiro trimestre. É uma expansão mais fraca do que a vista na maioria das administrações anteriores e contrasta com um cenário de demanda global desaquecida, envelhecimento demográfico e tímidos investimentos corporativos. Trump disse que pretende alcançar crescimento anual médio de 3,5% a 4%, mesmo diante de uma projeção de expansão média do PIB de apenas 2,2% no ano que vem e de 2,3% em 2018, segundo economistas.
A criação de empregos em novembro totalizou 178 mil postos de trabalho, o quarto menor nível entre os dez presidentes empossados incluídos na pesquisa, embora o número mostre uma melhora significativa em relação às cerca de 770 mil vagas cortadas durante as eleições de novembro de 2008. A taxa de desemprego de 4,6% em novembro coloca Trump em melhor situação do que os seis presidentes anteriores — com exceção do presidente George W. Bush, que venceu as eleições em 2000 quando o índice de desemprego estava abaixo de 4%.
Os salários por hora aumentaram apenas 2,4% em novembro, abaixo do reajuste salarial verificado na época dos sete presidentes eleitos anteriormente e analisados na pesquisa.
O núcleo da inflação está se aproximando da meta de médio prazo de 2% do Federal Reserve, muito semelhante à situação herdada pelos presidentes Barack Obama, George W. Bush e até mesmo Bill Clinton. No entanto, o Fed foca na inflação cheia, que inclui itens voláteis como combustíveis e alimentos, e que está mais baixa atualmente, em 1,4%.
A produção industrial nos EUA encolheu 0,6% em novembro. Embora não seja comparável à queda de 8,7% que Obama teve de enfrentar, reverter o quadro será um dos maiores desafios de Trump.
Trump também está em uma melhor situação quando se trata do mercado imobiliário, com cerca de 1,1 milhão de residências sendo construídas em novembro em relação às 652 mil quando Obama foi eleito presidente no final de 2008. Considerando os dados desde 1952, no entanto, o último número de novembro é o segundo menor entre todos os anos eleitorais analisados.
Embora a economia atual apresente dados mistos em termos históricos, uma coisa é clara: Obama deixou para Trump melhores condições econômicas, em vários aspectos, do que a conjuntura que enfrentou quando foi eleito presidente em 2008, em meio à pior desaceleração econômica desde a Grande Depressão.
Esta análise foi baseada nos dados mais recentes disponíveis de todas as fontes.
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