Demanda chinesa pode levar zinco a US$ 4.000, diz fundição

Por Masumi Suga e Ichiro Suzuki.

O zinco pode saltar para US$ 4.000 nos próximos meses, nível mais alto em mais de uma década, devido à forte demanda chinesa e à escassez de minério, segundo a maior fundição do Japão, que aumentou sua perspectiva para o ano.

O metal usado para galvanizar aço provavelmente custará em média US$ 3.200 por tonelada no período de um ano que começou em 1º de abril, mais do que os US$ 2.800 estimados em janeiro, disse Osamu Saito, gerente-geral de vendas de metais da Mitsui Mining & Smelting, em entrevista em Tóquio. O zinco era negociado a US$ 3.234 nesta sexta-feira, em Londres.

Os preços dobraram desde o fim de 2015, quando a economia global se fortaleceu e a oferta foi limitada por restrições ambientais na China e por cortes na produção da Glencore. Os estoques nos depósitos da Bolsa de Metais de Londres caíram em mais da metade no período. Ainda assim, o metal perdeu cerca de 10 por cento nos últimos dois meses devido à escalada da tensão comercial entre EUA e China.

“O preço pode chegar brevemente a US$ 4.000 se a demanda for forte o suficiente, mas isso dependerá da atividade econômica chinesa neste trimestre”, disse Saito nesta semana.

Os preços elevados provavelmente ampliarão a oferta de minério novo e o mercado poderá ver um excedente já em 2019 após três anos de escassez, disse Saito. No período de seis meses terminado em março, o zinco deverá ter um preço médio de US $ 3.000, contra US$ 3.400 nos seis meses anteriores, disse.

O retorno à condição de oferta excedente pode chegar mais cedo se as tensões entre EUA e China piorarem e se transformarem em uma ampla guerra comercial, o que desaceleraria a economia global e limitaria a demanda. Na quinta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu tarifas sobre mais US$ 100 bilhões em importações chinesas depois do que chamou de “retaliação injusta” do país asiático, nesta semana. A China é a maior consumidora de metais do mundo.

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