Descobertas de petróleo se recuperam mas não substituem produção

Por Mikael Holter

Após atingir o fundo do poço nos últimos dois anos, a exploração global de petróleo e gás natural volta a crescer, mas ainda está longe de substituir o que está sendo produzido.

As empresas deverão perfurar 3 por cento mais poços de exploração offshore neste ano e aumentar o número em mais 8 por cento em 2019 depois que a atividade caiu todos os anos desde 2011, segundo a consultoria Rystad Energy, com sede em Oslo. A quantidade de petróleo e gás descoberta em 2018 deverá subir cerca de 20 por cento em relação ao ano passado, o pior ano desde a década de 1940, pelo menos.

As projeções mostram que a recuperação do petróleo está dando poder de fogo às empresas para que comecem a investir. Os investimentos em exploração foram uma das primeiras despesas cortadas durante o declínio do setor, o que fez com que os novos volumes descobertos de petróleo e gás convencionais atingissem o menor patamar da história em 2017. Ainda assim, as novas descobertas serão insuficientes para aplacar a preocupação com a escassez de oferta em meados da próxima década.

Mesmo que descubram cerca de 10 bilhões de barris de petróleo e gás neste ano, as empresas de exploração substituiriam apenas cerca de 21 por cento dos volumes que serão produzidos globalmente, contra 18 por cento no ano passado, disse Nils-Henrik Bjurstrom, gerente de portfólio de produtos da Rystad.
“Não é uma recuperação forte”, disse em entrevista por telefone, na terça-feira. “Foi a tendência que retornou.”

A última vez que a taxa de substituição de reservas chegou a 100 por cento foi em 2006, informou a Rystad em dezembro.

A expectativa é que a maior parcela de exploração offshore adicional se dê na Noruega, na América Latina, no Golfo do México e na África, afirmou a Rystad em nota, neste mês.

A Noruega, maior produtora de petróleo e gás da Europa Ocidental, é uma das regiões petrolíferas que se recuperam mais rapidamente em todo o mundo, com prováveis 50 poços de exploração neste ano, contra 36 em 2017, segundo a Diretoria Norueguesa de Petróleo. Além disso, as empresas de exploração do país estão liberando a maior quantidade de petróleo e gás por poço desde 2010, segundo cálculos da Bloomberg. Isso se deve em parte à disposição maior para assumir riscos, segundo a diretoria.

A exploração está ganhando mais eficiência neste ano, mas a sorte pode continuar tendo uma importância similar, disse Bjurstrom. O índice de descoberta de 2017 foi “extraordinariamente baixo”, derrubado pelos resultados decepcionantes de algumas das prospecções mais promissoras, como a descoberta de Korpfjell da Equinor no Mar de Barents, no Ártico norueguês, disse.

“A exploração é uma aposta”, disse Bjurstrom. “Às vezes você termina abaixo da média, às vezes acima.”

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