Por Fabiana Batista.
Dias quentes e ensolarados estão de volta ao cinturão de cafédo Brasil, reduzindo as apostas de investidores na valorização dos preços após a maior queda em quatro anos.
Não há previsão de chuvas nas plantações do maior produtor e exportador de café do mundo até o fim de junho, segundo Celso Oliveira, meteorologista da Somar Meteorologia. Frentes frias também serão escassas. Isso significa que os cafeicultores terão quase um mês de clima favorável para colher e secar os grãos de café.
Está tudo pronto para acelerar a coleta de grãos, que já está adiantada em comparação com anos anteriores. Um aumento da produção deve reduzir o apetite dos investidores, que lideraram uma valorização de 19% desde meados de maio até a queda vista na quarta-feira. Os ganhos foram puxados pela expectativa de chuvas e trouxeram alívio a um mercado marcado por perdas em grande parte deste ano. Os preços do café atingiram o menor nível desde setembro de 2005 no mês passado.
Agora, o clima voltou a alimentar apostas de preços mais baixos. Chuvas torrenciais são esperadas apenas em meados de julho, o que significa que os cafeicultores provavelmente vão ter mais de 30 dias de clima seco ideal, segundo Oliveira.
O risco de geadas também diminui. Massas polares são esperadas nos próximos dois meses, mas com menos frequência, disse. Dois eventos climáticos estão no radar por enquanto: um até o fim de junho e outro até o fim de julho, com o último provavelmente sendo mais intenso, de acordo com o meteorologista.
Mas a perspectiva de maior oferta de café do Brasil pode não ser suficiente para animar os connoisseurs. O atual fenômeno climático El Niño provocou chuvas acima da média na maioria das regiões produtoras de café do país, principalmente em abril e maio. O aguaceiro derrubou grãos e afetou a qualidade do café que secava ao ar livre.