Por Simone Iglesias.
Depois da abertura de inquérito contra o presidente Michel Temer, o governo não tem conseguido uma interlocução efetiva dentro do Tribunal Superior Eleitoral, disseram à Bloomberg duas pessoas com trânsito no tribunal. O Palácio do Planalto tenta assegurar que algum ministro peça vista do processo ou apresente um voto em separado, aceitando a tese do peemedebista de separação da chapa, disseram três auxiliares presidenciais com conhecimento das discussões.
Antes do agravamento da crise, as conversas entre a defesa de Temer e o Judiciário vinham ocorrendo com mais frequência. Desde a semana passada, no entanto, não tem havido conversas entre integrantes da equipe do peemedebista nos últimos dias com o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, que tem por hábito se relacionar com os políticos, disse uma pessoa ligada à defesa de Temer.
Vista por aliados do governo como uma “saída honrosa”, a hipótese de cassação não é aceita pelo presidente, que recorrerá a todas as instâncias para evitar a condenação, disseram as pessoas ligadas ao seu gabinete.
O jurista Oscar Vilhena, diretor da Faculdade de Direito SP da FGV, afirmou à Bloomberg que nada impede que argumentos jurídicos sejam apresentados pela defesa de forma contundente. Disse, porém, que pressão política é ilegítima.
“O que se percebe são as duas coisas acontecendo concomitantemente. Há pressão para que juízes não decidam, com pedido de vista ou que se retire o julgamento desta data. Espero que isso não aconteça”, disse. Procurado, o Palácio do Planalto não quis comentar.
O julgamento das contas de campanha da chapa Dilma/Temer será retomado em 6 de junho pelo TSE.
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