Este artigo foi escrito em conjunto por Jonathan Gardiner, gerente de produtos de índices sustentáveis da Bloomberg e Joshua Kendall, supervisor de renda fixa sustentável na Bloomberg.
A emissão de títulos sustentáveis se recuperou no primeiro trimestre de 2023, após um difícil 2022. Isto sinaliza que o declínio geral observado no ano passado não é uma tendência contínua. As emissões de novos títulos privados e públicos encerraram o trimestre com alta de 21,1% em relação ao ano anterior.
O impacto total das emissõs de títulos (definidos como verdes, sociais, sustentáveis e vinculados à sustentabilidade), até o momento, é de aproximadamente US$ 278 bilhões. Os volumes trimestrais foram reforçados por um aumento nas emissões de títulos públicos, a tendência mais significativa, responsável por quase 50% do total. Os títulos verdes ainda constituem a maior parte das emissões de dívida sustentável, com US$ 172 bilhões emitidos no primeiro trimestre do ano.
Os mercados de títulos verdes ganham espaço na cobertura midiática. Chegou-se a um acordo preliminar sobre a tão esperada EU Green Bond Standard – norma europeia relativa a títulos verdes. Se adotada, resultará em divulgações mais rigorosas para os emissores de títulos verdes. Atualmente, os fundos de títulos verdes são um dos poucos produtos ainda rotulados conforme o Artigo 9, um rótulo designado pela União Europeia para estratégias de investimento comercializadas e distribuídas localmente, após transições significativas de fundos para o Artigo 8 nos últimos meses.
A demanda de investidores por emissões de dívida sustentável continua forte, como observado recentemente com a nota verde da Volkswagen. A oferta de 1,75 bilhão de euros foi mais de 3,5 vezes maior, além de ser a primeira oferta de títulos privados não financeiros na região desde o acordo de resgate do Credit Suisse Group AG, conforme dados compilados pela Bloomberg.
A emissão de títulos sustentáveis em março caiu em comparação a janeiro e fevereiro, mas a emissão geral é comparável ao mesmo período do ano passado. As emissões no primeiro trimestre de 2023 representaram a terceira maior soma observada em um trimestre, apenas 10% abaixo da alta registrada no primeiro trimestre de 2021. A região da EMEA continua dominando os volumes de emissão regional, respondendo por aproximadamente 50% do total de emissões no primeiro trimestre.
Os índices de títulos GSS (Global Aggregate Green, Social and Sustainability) da Bloomberg (link do webinar) fornecem aos investidores uma medida objetiva e robusta do mercado global de ativos de renda fixa emitidos para financiar projetos com benefícios diretos ambientais e/ou sociais. O retorno acumulado no ano para o índice GSS é de 3,67%, cerca de 66 pontos-base acima do índice Global Agg, destacando retornos adicionais para investidores com apetite por investimentos com foco na sustentabilidade.