Economia de combustível de carros autônomos preocupa engenheiros

Por Gabrielle Coppola e Esha Dey.

A julgar pelos carros de teste da General Motors e pelas previsões de Elon Musk, o mundo se dirige a um futuro autônomo e elétrico. Mas na prática a autonomia e a bateria podem acabar em conflito.

O motivo é que a tecnologia de direção autônoma gera um enorme consumo de energia. Alguns dos protótipos atuais de sistemas totalmente autônomos consomem dois a quatro quilowatts de eletricidade — o equivalente a ter 50 a 100 laptops funcionando continuamente no porta-malas, segundo a BorgWarner. A fornecedora de sistemas de propulsão veicular estima que os primeiros carros autônomos — provavelmente táxis-robô, que estarão o tempo todo na rua — consumirão energia demais para trafegar só com a energia da bateria.

Em um setor no qual o número de LEDs na luz de freio é examinado minuciosamente por seu impacto no rendimento do combustível, o processamento dos dados dos sensores laser, de radar e de câmeras será um enorme desafio — não apenas para os codificadores que trabalham com aprendizagem de máquinas, mas também para os engenheiros que tentam alimentar os veículos de forma eficiente. Pelo fato de os principais mercados, da Califórnia à China, estarem aumentando a pressão para reduzir a poluição, as fabricantes de veículos e suas fornecedoras terão que encontrar novos caminhos criativos para compensar as emissões produzidas para alimentar o cérebro cada vez mais inteligente do carro.

“Estamos lutando o tempo todo porque os governos estão sempre pressionando por uma melhora de alguns por cento a cada ano”, disse Scott Gallett, vice-presidente de marketing da BorgWarner, sobre os padrões de economia de combustível. “Isso só aumenta o desafio.”

Carros sem motorista

Os recursos autônomos de um veículo nível 4 ou 5, capaz de operar sem intervenção humana, devoram tanta energia que tornam o cumprimento das metas de economia de combustível e de emissão de carbono 5 a 10 por cento mais difíceis, segundo Chris Thomas, diretor de tecnologia da BorgWarner.

Esses cálculos são baseados em protótipos com sensores aparafusados no teto, e as demandas de energia dos eletrônicos presentes dentro do carro inevitavelmente cairão com a melhora da tecnologia. Mas mesmo que as fabricantes de chips cumpram as promessas de reduzir o consumo de energia em até 90 por cento, as fabricantes de veículos ainda precisarão ganhar eficiência de combustível em outras partes dos veículos para compensar toda essa computação, disse Thomas.

“Eles estão preocupados com um watt e agora estão sendo adicionados alguns milhares”, disse Thomas. “Não é algo trivial.”

Os engenheiros não têm muito tempo para resolver a questão porque as empresas planejam lançar seus primeiros carros totalmente autônomos nos próximos anos. A Cruise Automation, da GM, anunciou no mês passado que uma versão do Chevrolet Bolt totalmente elétrico capaz de operar sem motorista agora pode ser produzido em massa.

Musk havia dito que a Tesla planeja fazer uma demonstração cruzando os EUA de forma totalmente autônoma até o fim do ano, mas disse durante uma conferência de lucros em agosto que a viagem pode ser adiada.

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