Economia entra em foco na contagem regressiva da eleição dos EUA

Por Jeanna Smialek e Alessandro Speciale.

Enquanto os americanos vão às urnas com antecedência para escolher um novo presidente, os pesquisadores analisam de maneira mais aguçada o aspecto econômico da política dos EUA.

Os indicadores socioeconômicos influenciam a participação no sistema político, de acordo com um novo artigo do instituto alemão ZEW. Os mercados financeiros têm oscilado em resposta aos indicadores relacionados à eleição, segundo um artigo da Brookings Institution. E, enquanto os candidatos prometem trazer os empregos americanos de volta, os economistas especialistas no assunto analisam para onde eles foram.

Terra de oportunidades?

Todos os americanos têm direitos iguais perante a lei, mas nem todos têm o mesmo acesso à participação política, de acordo com uma nova pesquisa do Centro de Pesquisa Econômica Europeia (ZEW, na sigla em alemão), em Mannheim, Alemanha.

Os pesquisadores Paul Hufe e Andreas Peichl analisaram outras experiências práticas de participação política, além de votar — da afiliação a partidos à chance de encontrar autoridades pessoalmente — e concluíram que grande parte da probabilidade de isso acontecer ou não é consequência de fatores que estão fora do controle do indivíduo, como o contexto social e familiar. Esses resultados dão o que pensar nesta campanha eleitoral dos EUA que está chegando ao fim.

“A participação política é quase como uma loteria natural”, disse Peichl, que afirmou que os EUA são uma “terra de oportunidades limitadas”.

Mercados financeiros podem temer um governo Trump

Os traders projetam que se o candidato republicano à presidência Donald Trump ganhar a eleição, o valor do Standard & Poor’s 500 e dos mercados acionários do Reino Unido e da Ásia cairia entre 10 por cento e 15 por cento, segundo um novo estudo do economista Justin Wolfers, da Universidade de Michigan, e de Eric Zitzewitz, da Dartmouth College, disponível no site da Brookings Institution. Se a democrata Hillary Clinton sair vitoriosa, os preços do petróleo subiriam US$ 4 por barril e o peso mexicano se valorizaria quase 30 por cento.

Recessões e robôs

Os mercados podem duvidar de Trump, mas muitos americanos gostam dele — talvez porque acreditam quando ele diz que vai trazer de volta os empregos perdidos. Uma nova pesquisa da NBER revela algumas informações sobre o que aconteceu com muitos desses empregos.

Em áreas duramente atingidas pela grande recessão, as empresas reestruturaram a produção para utilizar mais máquinas ou mão de obra terceirizada e trabalhadores mais capacitados, de acordo com uma análise de 87 milhões anúncios on-line de empregos nos EUA entre 2007 e 2015. As estimativas sugerem que os anúncios em áreas duramente atingidas tinham uma probabilidade cerca de 3 pontos percentuais maior de exigir requisitos como habilidades cognitivas e de informática, por exemplo.

Por que aconteceu isso? Quando a economia está melhor é caro ajustar a mão de obra. As recessões podem produzir um choque que soluciona esses atritos e “as empresas podem ter aproveitado a recessão como uma época de limpeza”.

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