Por Ben Bartenstein.
A perspectiva de desaceleração do crescimento econômico dos EUA em 2019 preocupa, mas os mercados emergentes podem oferecer uma janela de oportunidade.
Embora a freada da maior economia do mundo não seja motivo de comemoração, as ações de países em desenvolvimento costumam superar a maioria dos outros ativos nessas ocasiões. Nos 12 meses anteriores às últimas três recessões nos EUA, as bolsas de mercados emergentes proporcionaram retorno médio de 18 por cento, comparado a 2,9 por cento para o S&P 500. Nas três ocasiões, essas moedas também se valorizaram em relação ao dólar.
A expectativa de piora da atividade nos EUA se intensificou em meio à escalada da tensão comercial, ao achatamento da curva de juros e ao desaquecimento do mercado de imóveis residenciais. Para a Pacific Investment Management Co. (Pimco), a chance de recessão nos próximos 12 meses chega a 30 por cento. Os emergentes tendem a avançar no final do ciclo econômico porque neste estágio já absorveram o aperto monetário nos EUA, explicou Whitney Baker, fundadora da Totem Macro, de Nova York, que presta consultoria para fundos com mais de US$ 3 trilhões em ativos.
“Os mercados emergentes geralmente são pró-cíclicos, então uma desaceleração não é algo bom, mas não é necessariamente fatal”, disse o gestor de recursos Satyen Mehta, da Neon Liberty Capital Management, de Nova York, que projeta retorno anualizado de 8 por cento nas bolsas na próxima década. “Se a desaceleração for acompanhada de uma postura monetária mais branda nos EUA, haverá menos pressão para valorização do dólar, o que é bom para os emergentes.”
Para quem planeja entrar no mercado antes de a economia escorregar, é preciso vender antes de a recessão começar e voltar a comprar assim que termina.
Nos três episódios em questão, os ativos de países em desenvolvimento sofreram quedas amplas, mais gravemente em 2008. Mas em seguida, as ações em especial geraram ganhos enormes que superaram os de praticamente todas as outras classes de ativos.
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