Emissão de dívida: precificando seu crédito e otimizando custos

O mercado de emissão de dívida no Brasil sofreu uma diminuição de apetite de dívida em dólares substancial em 2015, fruto de uma desaceleração econômica e maior risco político. Como consequência, o custo de emissões em dólares subiu, e o volume de captação caiu drasticamente. Com riscos globais cada vez mais próximos – crise grega e alta de juros do Fed iminente, empresas e bancos têm que definir suas estratégias de captação para os próximos meses. Qual o melhor período para captação? Quais instrumentos? Em quais moedas? Respondemos algumas dessas perguntas a seguir.

O final de 2014 e o começo de 2015 foram emblemáticos para o mercado de capitais na América Latina. A percepção do risco político de crédito, econômico e político elevaram-se dramaticamente com crises na Argentina, Brasil e Venezuela, respectivamente. Como consequência, o volume de emissões de bonds em USD caíram dramaticamente.
 

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Como consequência, grandes empresas deixaram de acessar capital, e as poucas que tem acessado tem feito a prêmios de emissão consideravelmente maiores. Em um cenário que contempla uma alta de juros em USD proveniente da mudança de política monetária do Fed, e maior risco de crédito na região, estratégia de redução do custo de funding são mandatórias nas estratégias de finanças corporativas na região. Para facilitar tal processo, executamos um estudo de caso utilizando ferramentas de análise da Bloomberg. Para tal, escolhemos como exemplo a Vale, uma empresa de receitas diversificadas, e com acesso a funding em diversas moedas.

O primeiro passo é encontrar empresas com métricas de crédito similar a Vale e que tenham emissões de dívida em outras moedas, para poder simular um custo de emissão acessando novos mercados. Visualizamos rapidamente no terminal Bloomberg que a mineradora Glencore (GLEN) possui características de crédito muito similares à Vale. Com o terminal Bloomberg também é possível listar os bonds do setor de mineração global em USD, especificando duration, rating de crédito, entre outras características. Uma análise de valor relativo entre Z-spread e duration pode ser feito também:
 

 
Usando o bond de Vale de 4 anos (VALEBZ 09/15/19), encontramos um bond de vencimento similar da Glencore em CHF (GLENLN 12/23/19). Os pricings nas diferentes moedas podem ser convertidos para a mesma moeda, por uma matriz de cross currency swaps:
 

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Chega-se a conclusão que a Vale poderia emitir dívida em CHF, a prêmios similares ao da Glencore, economizando cerca de 56 pontos base ao ano. Hipotéticamente, para uma emissão de 500 MM de USD, isso se traduziria em uma eficiência de 14MM de USD de NPV (Net Present Value).

Clique aqui para acessar a gravação do webinar Acessando o Mercado de Dívida Corporativa em 2015.

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