Por Natasha Khan.
A Hutchison China MediTech, empresa de biotecnologia apoiada pelo bilionário Li Ka-shing, divulgou resultados positivos em fase tardia de seu medicamento para o tratamento de câncer colorretal, deixando a empresa mais perto de colocar no mercado uma terapia criada internamente.
A empresa com sede em Hong Kong, conhecida como Chi-Med, disse em um comunicado, na sexta-feira, que atualmente está se preparando para apresentar uma nova solicitação para novos medicamentos para o fruquintinib à Administração de Alimentos e Medicamentos da China.
Os resultados da Chi-Med mostram como as empresas chinesas de biotecnologia estão levando adiante seus planos de desenvolvimento de drogas inovadoras que podem ser vendidas a preços superiores aos das cópias genéricas. Apesar do investimento bilionário no setor de biotecnologia da China na última década, foram aprovados poucos tratamentos de classe mundial de suas empresas até o momento. Os dados de sexta-feira colocam a Chi-Med a caminho da comercialização do medicamento no país asiático e nos mercados internacionais e oferece aos investidores um caminho mais claro para o retorno de seu investimento.
“Nossa conquista de hoje prova que estamos consolidados como uma empresa biofarmacêutica inovadora na China”, disse o CEO da companhia, Christian Hogg. “Foram necessários 17 anos para chegar a este ponto: trata-se de um grande marco para a nossa companhia.”
Criada em 2000, a Chi-Med tem a CK Hutchison Holdings como sócia majoritária. Hogg foi o primeiro funcionário da empresa, que recebeu mais de US$ 75 milhões em financiamento das organizações de Li Ka-shing entre 2000 e 2005.
A terapia fruquintinib da companhia atingiu o objetivo principal de aumentar a sobrevivência dos pacientes em geral, informou a empresa no comunicado. A Nasdaq, a outra bolsa em que as ações da Chi-Med estão listadas, ainda não estava operando quando a notícia foi anunciada.
Invenção de medicamentos
Na última década, a empresa buscou duas fontes de desenvolvimento, impulsionada por um montante adicional de US$ 400 milhões captado por meio de duas ofertas públicas iniciais e outras parcerias, segundo Hogg. Ao longo dos anos, a empresa construiu uma força de trabalho de 330 cientistas e de mais de 2.000 representantes de vendas. A Chi-Med adquiriu tratamentos para distribuição na China e ao mesmo tempo desenvolveu e inventou seus próprios medicamentos. Nos últimos anos, a empresa fechou parcerias com diversas corporações multinacionais, entre elas AstraZeneca e Nestlé.
No caso do composto para o qual anunciou resultados positivos na sexta-feira, a Chi-Med fechou parceria com a Eli Lilly para comercialização na China em 2013. A Chi-Med manteve os direitos de comercialização global com exceção da China e os direitos de fabricação. O acerto foi diferente dos tipos de arranjos que têm sido comuns na China. As empresas de biotecnologia chinesas tendem a licenciar os direitos de um composto ou medicamento para a China em vez de desenvolver seus próprios produtos. A Lilly não foi encontrada por telefone fora do horário operacional normal.
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