Por Justin Bachman.
Um passaporte possibilita que um indivíduo seja um cidadão do mundo — mas há quem ache que ele também deveria oferecer vantagens. Por exemplo, se você for rico e muito viajado, ele deveria ser uma espécie de cartão de crédito exclusivo só para convidados: muitos benefícios, muitas regalias, muitos pontos.
Essa é a opinião da Nomad Capitalist, uma empresa que recentemente classificou 199 países de acordo com o “valor de sua cidadania”. Além das opções para viajar sem visto, este ranking usa uma abordagem ponderada que considera a quantidade de impostos que um país cobra dos cidadãos que moram no exterior, junto com a reputação geral do país no mundo, as liberdades civis e pessoais e a capacidade de ter vários passaportes simultaneamente. E não, os EUA não aparecem nem entre os 20 primeiros colocados.
No topo da lista está a Suécia, seguida por uma série de outros países da União Europeia. Um passaporte sueco permite viajar sem visto para 176 países ou territórios, apenas um a menos que o líder mundial neste quesito, a Alemanha. Além disso, expatriados suecos podem facilmente “se livrar dos altos impostos na Suécia e ir morar em outro lugar onde os impostos são mais baixos sem muitas dores de cabeça”, disse Andrew Henderson, o viajante experiente, empreendedor e bloqger que fundou a Nomad.
“Não tem muita gente entrando em conflito com os suecos”, disse Henderson em um vídeo publicado na quarta-feira.
O objetivo da Nomad é ajudar aventureiros endinheirados a reduzir seus tributos fiscais se mudando para o exterior, conseguindo autorizações de residência e investido em outros países como uma forma de “fazer com que seu patrimônio cresça mais rapidamente”. A empresa também recomenda que as pessoas obtenham um segundo passaporte sempre que possível.
Segundo esta perspectiva, os passaportes do Reino Unido, da Alemanha e dos EUA, que antigamente eram considerados os “melhores” do mundo, ficam abaixo de vários países da Europa (dos 43 passaportes que aparecem no topo da lista da Nomad, 33 são europeus). O denominador comum entre todos esses países é a falta de impostos sobre a renda dos cidadãos independentemente de onde eles morarem. Os EUA, em contraste, cobram imposto de renda de seus cidadãos onde quer que ela tenha sido obtida.
Em relação ao quanto um passaporte é desejável, os EUA empatam com a Eslovênia no 35º lugar, ambos com direito a viajar sem visto a 174 países. Os EUA receberam pontos baixos por causa de sua posição sobre a tributação de não-residentes e por causa da percepção que o mundo tem dos EUA. Este último indicador foi pontuado de acordo com como um país e seus cidadãos são recebidos em todo o mundo, ou seja, segundo quando se recusa a entrada dos detentores desse passaporte ou quando eles “encontram uma hostilidade significativa”.
No indicador de liberdade, a Nomad levou em consideração o serviço militar obrigatório, a vigilância governamental, as leis que regem cidadãos não-residentes, a taxa de encarceramento, o Índice Mundial de Liberdade de Imprensa e o Índice de Liberdade Econômica (a Suécia reinstituiu na quinta-feira a obrigatoriedade do serviço militar, por causa das atividades militares russas no Mar Báltico. Então, é possível que a lista de 2018 já esteja sujeita a uma modificação no topo).
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