Estímulo global para aumentar a confiança no ESG pode ajudar a eliminar o greenwashing

Karen Ho, especialista de mercado da Bloomberg, contribuiu para este artigo. Exibido antes no Terminal Bloomberg.

Contexto

A falta de padrões consistentes para ativos com o selo ESG (Ambiental, Social e Governança) tem causado preocupações crescentes aos investidores e reguladores. Após uma onda de novas regulamentações na União Europeia, outros países estão buscando intensificar as restrições sobre o uso do selo, que atualmente pode ser visto em tudo, desde fundos negociados em bolsa até derivados complexos.

O ESG encontrou muitos opositores recentemente, incluindo políticos conservadores dos EUA que tentam limitar o investimento dos fundos de pensão públicos em ESG, bem como o CEO da Tesla, Elon Musk, reagindo à exclusão da montadora do índice S&P 500 ESG. Outros criticam os fundos que investiram em títulos russos antes da invasão da Ucrânia e as empresas de ratings que deram o sinal verde para o status de ESG desses títulos.

Os reguladores canadenses estão trabalhando para melhorar as divulgações dos emissores sobre os dados relacionados ao clima, enquanto a China está implementando diretrizes voluntárias para que as empresas divulguem as métricas relacionadas aos seus esforços de sustentabilidade. E, para a consternação de muitos em Wall Street, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (em inglês, U.S. Securities and Exchange Commission, geralmente referida pela sigla SEC) propôs regras para garantir que os fundos com o selo de ESG invistam pelo menos 80% dos seus ativos de forma alinhada com a estratégia ESG estabelecida. A SEC também quer exigir divulgações adicionais nos relatórios anuais e materiais de marketing com informações de como os fundos e os consultores financeiros levam o ESG em consideração ao investir e quer que os fundos reportem suas emissões de gases do efeito estufa.

“É importante que os investidores tenham divulgações consistentes e comparáveis sobre as estratégias de ESG dos gestores de ativos, para que assim possam entender os dados que embasam as declarações dos fundos e escolher os investimentos certos para eles”, disse o presidente da SEC, Gary Gensler, em um comunicado.

Mesmo com a evolução da regulação e das mudanças políticas, os ativos de investimentos sustentáveis continuaram crescendo. De acordo com a Global Sustainable Investment Review (GSIR) 2020, entre 2018 – 2020, o Canadá e os EUA tiveram seus maiores aumentos dos ativos de investimento sustentável em termos absolutos (crescimento de 48% e 42%, respectivamente), seguido pelo Japão (crescimento de 34%) e da Australásia (crescimento de 25%). A divisão regional entre 2018 – 2020 foi praticamente mantida, com os EUA e a Europa representando mais de 80% dos ativos globais de investimentos sustentáveis.

Investindo em um futuro sustentável
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O problema

O Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis (em inglês, Sustainable Finance Disclosure Regulation) da Autoridade Europeia de Supervisão define um fundo do artigo 9º como “um Fundo que tenha o investimento sustentável como seu objetivo ou a redução das emissões de carbono como seu objetivo”. Uma análise da Bloomberg revelou que um total de 91 ETFs do Artigo 9 receberam aportes líquidos de US$ 6,9 bilhões este ano, aumentando seus ativos em quase 14%. Isso ocorreu ao mesmo tempo em que os fundos registraram perdas de 12%, em média. Desses, o iShares Global Clean Energy ETF foi o que teve melhor desempenho, atingindo US$ 762 milhões este ano e ganhando 1%. As funções de ETF da Bloomberg podem ser usadas para monitorar os fluxos dos fundos e avaliar seu desempenho.

Execute o ETF para monitorar os fluxos nos fundos do Artigo 9.

Embora o iShares Global Clean Energy ETF tenha sido o fundo de sustentabilidade com o melhor desempenho em 2022, uma análise mais profunda das métricas de ESG das empresas que fazem parte do fundo mostram algumas com perfis de risco severos. Havia seis empresas com uma classificação severa na Categoria de Risco ESG da Sustainalytics em 30 de maio, incluindo a empresa de biotecnologia dos EUA, Aemetis Inc., e a empresa de fornecimento e soluções de energia BKW Energie AG, da Suíça.

O investimento em sustentabilidade tem sido dominado por acusações de greenwashing — empresas que inflam suas credenciais de ESG para atrair capital ou clientes. Os reguladores estão tentando focar na transparência e nos conflitos de interesse, enquanto exigem que as empresas demonstrem a validade das métricas, com os EUA se juntando à UE na semana passada nos estudos para implementar parâmetros mais rigorosos nas avaliações de sustentabilidade. Uma movimentação global dos governos para combater o greenwashing pode ajudar os investidores a identificar onde fazer suas apostas na área de crescimento mais rápido do investimento em ESG.

Monitoramento

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