Por Aline Oyamada
O Brasil está em primeiro lugar. E não de um jeito bom.
Bear markets têm sido o grande tema para a maioria dos mercados emergentes recentemente, e o Brasil é um lugar onde a tendência de queda parece particularmente forte.
Maior ETF do Brasil, o iShares MSCI Brazil ETF, conhecido como EWZ, está em uma tendência de queda desde meados de março e agora um indicador técnico mostra que esse caminho para baixo provavelmente continuará. O Índice Direcional Médio do EWZ (Average Directional Index, ou ADX), que mede a força ou fraqueza de uma rota de ativos, não está apenas acima da marca de 25, o que indica uma forte tendência, mas também cruzou o limite de 50. Nenhum outro mercado emergente – nem mesmo a Turquia ou a Argentina – está acima dessa linha.
O preço da EWZ caiu 30% neste trimestre, mais que o dobro do tamanho da queda vista no iShares MSCI Emerging Markets ETF, conhecido como EEM. Os ativos brasileiros se deterioraram no último trimestre não apenas devido à pressão sobre mercados emergentes, mas também porque os investidores estão preocupados com a eleição presidencial de outubro. Nomes favoráveis ao mercado estão ficando para trás na disputa e a mais recente pesquisa eleitoral, publicada na manhã desta quinta-feira, mostrou o candidato de extrema direita Jair Bolsonaro na liderança.
Além da eleição, a demanda dos investidores por ações brasileiras foi atenuada por uma perspectiva mais sombria para a economia, contrariando expectativas de forte recuperação. Em vez disso, o Banco Central cortou a projeção de crescimento do PIB previsto para este ano de 2,6% para 1,6%, colocando-o mais de acordo com as atuais expectativas dos mercados.
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