ETF brasileiro desaba e elimina ganhos de 2017 em meio à crise

Por Elena Popina.

Foi ótimo enquanto durou.

De janeiro de 2016 até esta quinta-feira, o valor do fundo negociado em bolsa iShares MSCI Brazil Capped mais que dobrou. As taxas de retorno dos investidores otimistas em relação ao país dispararam e os pessimistas amargaram perdas para cobrir posições a descoberto.

O momento não poderia ter sido pior. Duas semanas após as apostas pessimistas no fundo diminuírem para o menor nível desde 2013, o ETF (ou exchange traded fund) desabou 16 por cento e eliminou todo o ganho de 2017 nos primeiros 22 minutos de negociação. O volume negociado superou US$ 5,4 bilhões, próximo de seu próprio valor, de US$ 5,8 bilhões. Foi o dia mais movimentado na história de 17 anos do instrumento.

“É preciso ter muito cuidado e avaliar a probabilidade desse tipo de risco quando se lida com um país tão lucrativo e arriscado quanto o Brasil”, disse Paul Christopher, estrategista global de mercados do Wells Fargo Investment Institute. “O mercado estava otimista demais em relação ao Brasil e podemos ver as ações recuando significativamente a partir dos níveis atuais.”

A mais recente crise política derrubou a bolsa brasileira em 8,8 por cento na quinta-feira, o maior tombo desde outubro de 2008. A pressão sobre o presidente Michel Temer se intensificou desde que o jornal O Globo noticiou um suposto aval de Michel Temer à compra de silêncio de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados e principal articulador do impeachment da presidente Dilma Rousseff, no ano passado.

Temer se negou a renunciar e afirmou que uma investigação pelo Supremo Tribunal Federal irá inocentá-lo de acusações de obstrução de justiça. O pronunciamento dele pela televisão na quinta-feira não mudou o sentimento do mercado e a bolsa e a moeda brasileira permaneceram fracas.

Entre em contato conosco e assine nosso serviço Bloomberg Professional.

Agende uma demo.