"ETFs como classe de ativos" é tendência nos mercados em 2019

Por Sarah Ponczek e Vildana Hajric.

Wall Street terá que ajustar seus negócios para levar em conta uma classe de ativos não tão nova, mas que cresce rapidamente: os fundos negociados em bolsa, ou ETFs.

O tratamento dos ETFs como uma classe de ativos independente das ações está entre as nove maiores tendências de estrutura de mercado para 2019, segundo relatório da Greenwich Associates divulgado na quarta-feira. Este é um sinal da popularidade conquistada por esses portfólios negociáveis — e da importância cada vez maior deles para os mercados financeiros globais.

“Nos últimos dois anos, os ETFs realmente ganharam independência como ferramenta para portfólios institucionais”, disse Kevin McPartland, diretor-gerente da Greenwich Associates e um dos autores do relatório, em entrevista. “Agora é hora de pensar como podemos fazer isso melhor.”

Os ETFs arrecadaram mais de US$ 310 bilhões em 2018, cerca de 33 por cento menos que em 2017, mas ainda assim o segundo melhor desempenho dos últimos doze anos, segundo dados da Bloomberg Intelligence. E apesar de os fundos de investimento terem registrado resgates nos últimos tempos, os ETFs continuam recebendo dinheiro.

Embora os ETFs sejam negociados como ações, os autores do relatório da Greenwich acreditam que os investidores precisam parar de tratar as duas coisas como se fossem a mesma. Por exemplo, os ETFs de títulos, cada vez mais populares, não devem ser avaliados como se fossem uma única ação. Portanto, a evolução do setor é necessária. Para acompanhar o ritmo, os investidores precisarão de algoritmos de trading, análises de custos de transações e outras ferramentas para otimizar portfólios.

“Não se negocia a IBM da mesma forma que se negocia uma cesta de títulos”, disse McPartland. “Não se está olhando para os fatores certos do mercado, não se está levando em conta o valor subjacente da cesta de títulos. O mercado realmente está começando a aceitar esse fato — de que eles não são ações e que devem ser negociados com base nos fundamentos ou na composição dos portfólios subjacentes e de que devem ser desenvolvidas ferramentas para fazer exatamente isso.”

É fundamental que Wall Street se adapte porque os ETFs são cada vez mais centrais para a atividade do mercado. E como a volatilidade de 2018 provavelmente continuará neste ano, os investidores precisarão de toda a ajuda possível para avaliar a capacidade desses fundos de resistir a turbulências após um longo período de relativa tranquilidade.

“Este será um bom teste para uma série de coisas da última década”, disse McPartland. “Como eles enfrentarão os choques do mercado? E será que alguma das primeiras ferramentas de trading desenvolvidas terá o desempenho esperado em condições de mercado mais difíceis?”

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