Executivos do setor de petróleo recuperam confiança em M&As

Por Rakteem Katakey.

Executivos de empresas de petróleo estão voltando a concordar sobre avaliação de ativos e negócios estão sendo canceladas no ritmo mais lento em mais de uma década.

De US$ 146 bilhões em aquisições anunciadas por empresas de petróleo e de serviços de petróleo nos últimos três trimestres, apenas US$ 460 milhões, 0,3 por cento, foram cancelados, segundo dados compilados pela Bloomberg. Essa é a proporção mais baixa em dados que remontam pelo menos a 2005. Cerca de 5 por cento das transações foram canceladas nos nove meses anteriores e até 12 por cento nos três trimestres prévios, mostram os dados.

As empresas começaram a cancelar menos transações justo quando a Organização de Países Exportadores de Petróleo decidiu reduzir a produção. Embora os mega-acordos do fim da década de 1990 ainda não tenham voltado – com exceção da aquisição da BG Group pela Royal Dutch Shell – os CEOs estão recuperando a confiança à medida que compram ativos para preencher seus portfólios.

“A confiança está voltando e as empresas buscam crescer novamente”, disse Tom Ellacott, vice-presidente sênior de análise corporativa da Wood Mackenzie. “A maioria viu mais valor em transações por ativos do que em acordos corporativos. Ao mesmo tempo, transações de menor escala também são mais gerenciáveis.”

Não é apenas uma queda no número de cancelamentos; mais acordos estão sendo fechados. As empresas anunciaram mais de US$ 48 bilhões neste ano, que se somam aos US$ 60 bilhões do trimestre anterior, o maior valor desde o segundo trimestre de 2015, segundo dados compilados pela Bloomberg. Em abril daquele ano a Shell disse que compraria a BG, a maior aquisição corporativa do setor em mais de uma década.

Incerteza

A Shell, que não participou da consolidação das grandes petroleiras durante a crise do fim da década de 1990, comprou a BG por seus campos petrolíferos de margens altas no Brasil e pela força da empresa no gás natural liquefeito, segundo a Wood Mackenzie. Outras cobriram lacunas em portfólios com compras de ativos e evitaram em grande parte aquisições corporativas.

Em novembro, a Opep e outros países, entre eles a Rússia, decidiram reduzir sua produção para diminuir estoques inchados e tentar limitar a queda dos preços. Neste mês, a volatilidade dos preços atingiu seu patamar mais baixo desde 2014, estabilizando o mercado e tornando mais fácil o planejamento do futuro das empresas. A volatilidade tinha dado um salto para o nível mais alto em mais de seis anos no começo de 2016.

“Não se trata só do preço do petróleo, mas também há uma mudança na perspectiva geral e foco no crescimento”, disse Jon Clark, assessor de transações da Ernst & Young. “Os compradores já não acham mais que os preços do petróleo vão cair pela metade e os vendedores já não acham mais que eles vão dobrar.”

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