Expansão econômica dos EUA leva dólar à máxima em uma década

Por Andrea Wong e Liz McCormick.

O dólar atingiu seu nível mais apreciado em mais de uma década após a divulgação de dados oficiais mostrando que o crescimento econômico dos EUA segue intacto, o que sustenta o argumento de alta dos juros.

A moeda americana se valorizou em relação à maioria de seus pares após a ata da reunião de novembro do banco central (Federal Reserve) informar que a ociosidade no mercado de trabalho diminuiu e alguns representantes da instituição sinalizarem aumento dos juros em dezembro. As encomendas de equipamentos cresceram em outubro pela quarta vez em cinco meses e as vendas também avançaram, contribuindo para ampliar os ganhos já registrados pelo dólar desde a eleição de Donald Trump à presidência dos EUA em 8 de novembro.

“Não há nada na ata sugerindo que o Fed não mexerá nos juros em dezembro”, disse Alan Ruskin, corresponsável por pesquisa global de câmbio do Deutsche Bank, em Nova York. “O mercado está realmente focado é na eleição presidencial e na perspectiva de estímulo fiscal. Portanto, não é só a próxima reunião do Fed, mas o aperto esperado no ano que vem e no ano seguinte. Esta combinação de políticas é considerada bastante favorável para o dólar por algum tempo.”

O Bloomberg Dollar Spot Index, que acompanha a variação do dólar em relação a 10 outras moedas de peso, subia 0,6 por cento às 17 horas em Nova York, chegando ao maior nível desde pelo menos 2005. O dólar avançou 1,2 por cento para 112,52 ienes.

Um indicador que avalia se as oscilações dos preços dos ativos foram exageradas e rápidas demais sinaliza que a valorização talvez tenha passado do ponto. O índice de força relativa em 14 dias ultrapassou a barreira de 70 pontos por 10 dias, sinalizando reversão.

Enquanto o mercado dá como certa a decisão do Fed na reunião dos dias 13 e 14 de dezembro, as atenções se voltam para o ano que vem. O mercado de futuros aponta chance acima de 50 por cento de novas elevações nos juros até junho.

O HSBC Holdings revisou para cima as projeções para o dólar, citando a expectativa de juros maiores nos EUA após a eleição.

Contudo, com a falta de clareza em relação às políticas do governo Trump, fica “problemático para o mercado de câmbio precificar o desfecho da eleição com convicção”, escreveram em relatório estrategistas do HSBC incluindo Daragh Maher, que trabalha a partir de Nova York.

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