Exportação recorde da Austrália testa nível de minério de ferro

Por Krystal Chia.

Os embarques de minério de ferro do principal porto da Austrália atingiram recorde anual depois do forte volume em dezembro. O aumento dos fluxos do maior exportador reforça expectativas de queda dos preços ao longo de 2020 com a redução do déficit do mercado global.

As remessas de Port Hedland aumentaram para 47,4 milhões de toneladas em dezembro, o segundo maior volume mensal já registrado. Com isso, o total anual somou 515,7 milhões de toneladas, superando os 508,5 milhões do ano anterior. O porto é usado por mineradoras como BHP e Fortescue Metals.

Os preços do minério de ferro devem cair este ano com a reversão do déficit global. O governo da Austrália projeta que as cotações devem voltar à casa dos US$ 60 a tonelada. A commodity disparou em julho passado, após uma série de cortes da oferta, como o desastre com a barragem da Vale e danos causados pela passagem de um ciclone na Austrália. O Citigroup aposta no retorno de um “grande superávit”.

O minério spot de referência – que acumulou valorização de 27% em 2019 – fechou cotado a US$ 95,15 por tonelada na quarta-feira, o maior nível desde meados de setembro, segundo a Mysteel Global.

Na Austrália, a Rio Tinto disse que os embarques podem subir 5% em 2020, enquanto a BHP estima um aumento da produção de 6% no ano que se encerra em 30 de junho. Em outubro, o presidente da autoridade portuária de Pilbara, Roger Johnston, disse que as exportações de minério de ferro de Port Hedland no ano até junho podem registrar novo recorde.

A Vale ainda tenta recuperar a capacidade de produção no Brasil, afetada pelo incidente. As exportações do país caíram 15% no ano passado, segundo dados do governo. A mineradora espera que a produção aumente para 375 a 395 milhões de toneladas até 2021.

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