Exxon gasta US$ 1 bi por ano em pesquisa sobre energia limpa

Por Anna Hirtenstein.

Uma das maiores petroleiras do mundo gasta mais de US$ 1 bilhão por ano em formas alternativas de energia, de algas modificadas para florescer e biocombustível até células que transformam emissões em eletricidade.

A Exxon Mobil destina fundos a mais de cem projetos de pesquisa sobre tecnologias ecológicas em cinco a dez áreas, segundo Vijay Swarup, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento. Ainda falta pelo menos uma década para que ocorram avanços comercializáveis, mas o apoio da Exxon à energia limpa sugere que a petroleira de capital aberto mais valiosa do mundo projeta a possibilidade de um futuro com menos predomínio dos combustíveis fósseis.

“Essas áreas representam um desafio enorme, e se conseguirmos resolvê-lo, elas terão grandes impactos na nossa empresa”, disse Swarup em entrevista por telefone. “Contribuímos com mais do que dinheiro. Contribuímos com ciência, com o compromisso de pesquisar.”

Exxon entra em uma lista crescente de grandes petroleiras que se protegem contra a maior adoção de energias renováveis, que poderia retirar cerca de 8 milhões de barris diários de demanda por petróleo bruto, segundo a Bloomberg New Energy Finance. Algumas empresas, como a francesa Total, realizaram aquisições para entrar no negócio. Outras, como a Royal Dutch Shell, aproveitam experiências na administração de sondas offshore para construir parques eólicos no Mar do Norte.

A Exxon, con sede em Irving, Texas, afirmou que a abordagem dela é diferente pelo foco na ciência, disse Swarup. Ela trabalha com cerca de 80 universidades e colabora com empresas menores na pesquisa.

Alguns dos projetos em que a empresa trabalha são:

* Biocombustíveis de algas: A Exxon planeja colher algas em poças ou oceanos do mundo e processá-los para fazer biocombustível para distribuição regional. Swarup antecipa que primeiro esse combustível será misturado com diesel e combustível para aviões, mas a meta final é vender um combustível 100 por cento derivado de algas.

* Biodiesel feito de resíduos agrícolas: A empresa está trabalhando com a Renewable Energy Group para usar micróbios que transformem resíduos não comestíveis das safras, como palhas, em biocombustíveis. As duas empresas começaram a colaborar em 2016 e recentemente expandiram o programa de pesquisa conjunta que realizam.

* Intensificação de processos: A Exxon está trabalhando com o Georgia Institute of Technology para criar uma forma mais eficiente de refinar petróleo bruto para fazer plástico. O método usa uma membrana e osmose em vez de calor. Com esse processo, a Exxon visa cortar pela metade as emissões de dióxido de carbono.

A maior prioridade de Swarup é achar e desenvolver projetos que possam ficar à altura do alcance global da Exxon. A empresa opera em seis continentes e teve uma receita de US$ 198 bilhões no ano passado, maior do que as economias combinadas do Catar e do Kuwait, dois países-membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo. “Quando analisamos, a partir da perspectiva da pesquisa, o denominador comum é que entendemos nossa função como corporação, que consiste em fazer soluções em escala”, disse Swarup.

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