Facebook vislumbra uso de ondas cerebrais para digitar palavras

Por Sarah Frier.

A unidade de pesquisa Building 8 do Facebook está trabalhando para possibilitar que as pessoas digitem usando sinais de seus cérebros como parte do esforço mais amplo do laboratório para libertar as pessoas de seus telefones.

Regina Dugan, que foi contratada da Alphabet no ano passado para supervisionar o laboratório, disse que o Facebook busca desenvolver dentro de “alguns anos” um sistema capaz de digitar 100 palavras por minuto apenas monitorando o cérebro, sem usar nenhum tipo de implante. A empresa está trabalhando com acadêmicos de fora na iniciativa.

A tecnologia ofereceria “a capacidade de enviar uma mensagem de texto a um amigo sem usar o telefone ou a capacidade de enviar um e-mail rápido sem deixar a festa”, disse Dugan, na quarta-feira, na F8, a conferência de desenvolvedores da operadora da rede social. A tecnologia pode não exigir que se pense em letras de verdade, disse ela. O laboratório está trabalhando também em uma forma de as pessoas escutarem através da pele.

“Um dia, não tão distante, pode ser possível que eu pense em mandarim e que você o sinta instantaneamente em espanhol”, disse Dugan.

Por mais improvável que isso posso soar, Dugan disse que os pesquisadores já descobriram ser possível utilizar ondas cerebrais para digitar oito palavras por minuto. Ela disse que o poder do cérebro é muito maior do que o que é traduzido por meio do discurso e comparou a capacidade cerebral frente ao discurso ao “streaming de quatro filmes HD por segundo por meio de um modem analógico dos anos 1980”.

Esta é uma das muitas iniciativas do Facebook para longuíssimo prazo. A empresa também comentou na quarta-feira a respeito do futuro da realidade aumentada — afirmando que a tecnologia só funcionará se as pessoas puderem usar óculos claros e elegantes de RA que não obscureçam suas vistas. Os executivos também falaram a respeito dos avanços de seus esforços para disseminar a conectividade à internet, usando por exemplo helicópteros para emitir sinal de internet em zonas de desastres.

Para seu objetivo mais de curto prazo de produzir vídeos e imagens mais imersivos, o Facebook revelou um design para duas novas câmeras tridimensionais. As câmeras, que parecem bolas de discoteca pretas ou olhos de insetos, serão entregues a produtoras de filmes e parceiros para ajudar a criar mais conteúdo de vídeo 3-D.

O Vale do Silício está correndo para desenvolver a próxima tecnologia revolucionária depois dos smartphones. Os carros autônomos e a inteligência artificial são os principais alvos, mas diversas startups começaram a trabalhar na compreensão dos cérebros. Elon Musk, CEO da Tesla e da Space Exploration Technologies, recentemente formou uma companhia chamada Neuralink que implantaria eletrodos no cérebro para carregar e baixar pensamentos.

Para o Facebook, a pesquisa conecta a empresa às suas metas globais porque está relacionada à melhoria das experiências sociais das pessoas, disse Dugan. Isso também poderia possibilitar a comunicação mais fácil de surdos e incapacitados.
“Se fracassarmos será horrível”, disse Dugan.

Entre em contato conosco e assine nosso serviço Bloomberg Professional.

Agende uma demo.