Fagulhas de otimismo surgem após selloff em mercados emergentes

Por Aline Oyamada com a colaboração de Ben Bartenstein.

Para cada derrocada, há um comprador – ou, pelo menos, é o que parece agora para alguns gestores financeiros de mercados emergentes depois que um declínio nos preços de ativos eliminou a maior parte dos ganhos deste ano.

BlackRock, Goldman Sachs Asset Management International e a Payden & Rygel Investment Counsel afirmam que estão apostando em uma recuperação agora que múltiplos deixaram alguns ativos muito mais baratos do que em janeiro. A relação preço/lucro do índice MSCI Emerging Markets é de 11,8, abaixo da máxima de 13,3. Os spreads dos títulos de dívida em moeda forte, que foram descritos pelos investidores como muito apertados no início do ano, tiveram uma ampliação de 40 pontos base.

“Nós realmente não mudamos a nossa visão este ano nos mercados emergentes”, disse Kristin Ceva, que ajuda a supervisionar cerca de US$ 9 bilhões na Payden & Rygel Investment Counsel em Los Angeles. “Isso se tornou uma ótima oportunidade de compra.”

Kristin, que ajuda a supervisionar um fundo de dívida de mercado emergente que teve desempenho superior a 80% dos pares durante os últimos cinco anos, está focando em áreas menos exploradas de mercados de fronteira e emergentes, como a República Dominicana, Gana e Geórgia. Em moedas, ela prefere a África do Sul, a Colômbia e a Malásia.

Richard Turnill, estrategista-chefe de investimentos da BlackRock, estáprocurando oportunidades em ações de mercados emergentes, com preferência nas empresas asiáticas com fortes lucros e balanços patrimoniais relativamente mais saudáveis. Ele também vê valor nas ações brasileiras, mas é mais cauteloso com os títulos de dívida de mercados emergentes em geral, preferindo os denominados em dólar de países com necessidades de financiamento baixas.

Os ativos dos mercados emergentes caíram neste trimestre, à medida que o dólar e o rendimento do Tesouro dos EUA tornaram-se implacavelmente mais altos, e os problemas locais atingiram a Argentina e a Turquia. No entanto, muitos investidores dizem que continuam confiantes de que há pouco risco de contágio.

Vale a pena observar os títulos em dólar, já que os fundamentos para a classe de ativos não foram prejudicados pelo selloff, de acordo com Angus Bell, que gerencia a dívida de mercados emergentes da Goldman Sachs Asset Management.

“A economia global permanece intacta e acho que seria errado extrapolar o que está acontecendo em algumas das economias mais problemáticas como sendo um reflexo de todo o universo EM”, disse Bell.

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