Por Brendan Walsh e Isabella Cota.
Uma ideia estranha circula entre os traders cambiais mexicanos. Bem, na verdade é mais uma piada, mas que tem certa lógica.
A história é assim: em vez de gastar suas preciosas reservas para defender o peso, o México deveria simplesmente comprar o Twitter — a um custo de cerca de US$ 12 bilhões — e imediatamente desativá-lo. A ideia repercutiu nesta semana depois que o banco central revelou que já torrou US$ 2 bilhões em reservas em um esforço em grande parte inútil de defender o peso contra o fluxo constante de tweets anti-México de Donald Trump.
“Eu sugiro que façam isso logo”, brincou Juan Carlos Alderete, estrategista de câmbio do Banorte-Ixe, na Cidade do México. “Porque no momento mal temos o suficiente para a compra.”
A verdade é que ninguém acredita de fato que isso vá acontecer. E é difícil imaginar que a medida tivesse efetividade. Mas a ideia, levantada até em programas de humor, mostra a frustração dos mexicanos com o fato de sua economia e o valor de suas reservas estarem à mercê das reflexões aparentemente aleatórias em explosões de 140 caracteres da conta de Trump no Twitter. Trata-se de um sentimento que, presume-se, seria compartilhado por investidores americanos em empresas como General Motors ou Lockheed Martin, por exemplo, mas no México o sofrimento, e o desespero que o acompanha, parece ter uma escala muito maior.
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