Fed pode elevar juros 2015 e cortar em 2016: Standard Chartered

Por Simon Kennedy.

Aqui está uma opção out-of-the-money de economistas do Standard Chartered: o Federal Reserve de Janet Yellen dará marcha a ré no ano que vem.

Após elevar sua taxa básica neste mês pela primeira vez desde 2006, o Fed reduzirá os juros novamente antes do fim de 2016 com a economia dos EUA perdendo o fôlego, segundo Marios Maratheftis, economista-chefe do banco com sede em Londres, e sua equipe.

“Estamos vendo o melhor para a economia dos EUA”, disse Maratheftis à Bloomberg Television nesta semana. “O Fed, na verdade, será forçado a cortar”.

Em contrapartida, a expectativa média dos economistas consultados pela Bloomberg é de que o Fed elevará sua taxa de quase zero para 1,25 por cento até o fim do ano que vem. Nenhum dos outros 70 analistas prevê uma redução em 2016. A Standard Chartered prevê que o Fed aumentará sua taxa para 0,75 por cento em março antes de trazê-la de volta para 0,5 por cento no último trimestre de 2016 e, posteriormente, para 0,25 por cento no início de 2017.

A posição do banco se baseia em sua projeção para a maior economia do mundo. Na visão de seus economistas, a expansão atingiu um pico em meados de 2014 e cairá para 1,6 por cento no ano que vem. Este patamar está abaixo da estimativa de consenso, de expansão de 2,5 por cento.

Otimista demais

Por trás do pessimismo está a visão de que o gasto de consumo irá se deteriorar com estabilização de vendas de carros, o núcleo da inflação continuará domesticado e as contratações cairão para 100.000 por mês, cerca de metade do ritmo recente.

Com o surgimento dos riscos de recessão, a taxa de desemprego começará a subir e o Fed será forçado a agir, segundo o banco com sede em Londres. Ao defender sua postura, a empresa observou que nos últimos seis anos o consenso tem sido repetidamente otimista demais.

Se o Standard Chartered estiver certo, este será o ciclo de aumento mais curto e raso dos últimos tempos.

Quando o Fed elevou as taxas de juros em junho de 2004, elas só foram reduzidas novamente em setembro de 2007, época em que estavam 425 pontos-base mais alta. Antes disso, o banco aumentou sua taxa básica em 175 pontos-base em janeiro de 1999 antes de cortá-la em janeiro de 2001. Em fevereiro de 2004, o Fed duplicou a taxa para 6 por cento e a reduziu em julho de 2005.

Uma reversão em 2016 também adicionaria o Fed à lista de bancos centrais de países avançados que elevaram as taxas de juros nos últimos anos e rapidamente mudaram o rumo. Já fazem parte do clube o Banco Central Europeu e seus pares do Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Suécia.

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