Fitch vê alta probabilidade de calote para 10 emissores latinos

Por Christine Jenkins.

Rebaixamentos e riscos altos de calote serão uma constante para os emissores corporativos de classificação junk da América Latina devido ao aumento das obrigações de dívidas neste ano, segundo a Fitch Ratings.

As empresas da região têm US$ 14 bilhões em pagamentos por fazer em 2016 e US$ 22 bilhões no ano que vem, mais que os US$ 6 bilhões de 2015, disse a agência de classificação em um relatório, no dia 9 de fevereiro. Os rebaixamentos continuarão superando os aumentos nas notas das corporações que têm yields altos, e 32 por cento dos emissores ou têm uma perspectiva negativa ou estão sendo analisados para um possível rebaixamento de sua classificação. Cerca de 16 por cento dos emissores já estão classificados em CCC ou menos.

Os emissores que têm yields altos já reduziram os gastos de capital e os dividendos para conservar caixa e talvez não consigam responder neste ano à pressão adicional criada pelos preços mais baixos das commodities, pelas taxas de câmbio fracas, pela inflação e pela contração econômica no Brasil e na Venezuela, segundo a Fitch. As empresas com classificação mais baixa terão acesso limitado aos mercados porque o crescimento lento na região torna os bonds junk pouco atraentes, disse a Fitch.

“Os calotes continuam em um nível não visto na última década, e oito emissores deram calote em US$ 4,5 bilhões em dívidas durante 2015”, escreveram Joe Bormann e Paula Bunn, da Fitch, no relatório. “Dez emissores têm uma alta possibilidade de calote em 2016, e o calote é considerado iminente para outros quatro”.

A colombiana Pacific Exploration Production, a produtora brasileira de açúcar Grupo USJ e a General Shopping Brasil estão entre as empresas sob risco iminente de calote, disse a Fitch. A quarta é a rede de concessionárias de carros chilena Automotores Gildemeister, que a Fitch classifica como em um “calote restrito” porque a empresa está reestruturando sua dívida.

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