Fluxo para dívida de emergentes tem foco em grandes emissores

Por Tracy Alloway.

A recente disparada dos títulos de mercados emergentes tem sido ótima, mas também pode ser explicada pelo beta.

Analistas do Citigroup afirmam que a alta recente nos preços de títulos emitidos por empresas de países emergentes não tem sido uniforme, com mais dinheiro indo na direção de papéis vendidos por corporações com histórico de venda de grandes quantias em dívidas, em contraste com emissores menores e com menos dívidas em circulação.

“Concluímos que, ao segmentar o mercado a partir do tamanho das emissões corporativas, detectamos uma verdade interessante sobre a recente disparada das dívidas corporativas de mercados emergentes: está centrada principalmente nos grandes créditos de referência”, escreveram os analistas W.R. Eric Ollom e Ayoti Mittra. “Intuitivamente, isso faz muito sentido. Os emissores maiores tendem a ser mais líquidos, mais conhecidos e os primeiros a se recuperar quando os investidores voltam.”

Portanto, emissores menores poderiam servir como o “canário na mina de carvão”, segundo o Citi, quando se trata de medir a força de um movimento de valorização no qual as dívidas de mercados emergentes com classificação junk são negociadas com spreads menores do que os títulos high yield de emissores dos EUA.

“Uma derrapada do dinheiro ’pequeno’ nos mostrará que a disparada está perdendo fôlego, enquanto apostas sustentáveis em créditos pequenos implicariam que a disparada tem mais combustível”, escreveram os analistas.

Os fluxos para bônus corporativos de mercados emergentes têm se concentrado nos grandes emissores, incluindo a muito endividada, Petrobras, que tem classificação junk. O rendimento dos títulos da Petrobras com vencimento em março de 2017, de uma emissão de US$ 1,6 bilhão, desabou quase 6 pontos percentuais, por exemplo, graças em parte à valorização da moeda brasileira. Títulos vendidos por grandes emissores podem ser mais atraentes para investidores, uma vez que frequentemente são incluídos em índices de referência, acrescentou o Citi.

Enquanto isso, emissores menores não conseguem conquistar uma parcela maior do fluxo de recursos. “Ainda é principalmente o beta”, afirmou o Citi, o que significa que esses bônus simplesmente acompanham a disparada mais ampla nos créditos de mercados emergentes.

“Esses créditos não serão tão bem cobertos pelo mercado nem negociados tão ativamente”, escreveram os analistas. “A tendência é que seus preços reflitam os níveis de negociação do dinheiro ’quente’, sujeitos a prêmio de risco… os turistas de mercados emergentes raramente trafegam por aí.”

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