Fome de energias verdes por cobre ajuda a justificar novas minas

Por David Stringer e Rishaad Salamat.

O cobre está entrando em uma era de crescimento da demanda impulsionado pela tecnologia, segundo a OZ Minerals, que começará a trabalhar no mês que vem no desenvolvimento de uma mina de 916 milhões de dólares australianos (US$ 724 milhões) na Austrália.

A produtora de Adelaide, que anunciou nesta quinta-feira a aprovação do conselho para a mina subterrânea de Carrapateena, na Austrália Meridional, prevê que a energia renovável, incluindo baterias e projetos de energia solar, vai superar os equipamentos de capital e a construção como principais motores da demanda global.

“Eu gosto do fato de a demanda estar mudando”, disse o CEO Andrew Cole, nesta quinta-feira, em entrevista à Bloomberg Television. “Ela está sendo impulsionada agora tanto pela tecnologia quanto pela infraestrutura básica e a barreira para a entrada em novas minas de cobre é muito alta — é difícil encontrá-las.”

Os mercados do cobre deverão se beneficiar com a expansão da demanda da energia renovável e dos veículos elétricos a partir de meados de 2020, segundo a BHP Billiton, que controla a maior mina do mundo. O mercado de veículos elétricos, por si só, poderá exigir cerca de 8,5 milhões de toneladas de cobre até 2035, informou a empresa em outubro.

A mina de Carrapateena, a cerca de 160 quilômetros ao norte de Port Augusta, começará a ser testada no último trimestre de 2019 e tem potencial significativo de expansão, informou a OZ Minerals. A mina terá produção anual média de cerca de 65.000 toneladas de cobre e de 67.000 onças de ouro ao longo de cerca de duas décadas.

O cobre enfrentará um déficit persistente do fim de 2018 até o início de 2019 devido à falta de novos projetos e ao esgotamento das minas existentes, segundo o Jefferies, e a mineradora Antofagasta afirmou neste mês que a perspectiva para o metal está sendo impulsionada pela demanda crescente, inclusive para veículos elétricos. Os preços caminham para um segundo ganho anual e nesta semana atingiram o maior nível em Londres desde o fim de 2014.

“A era tecnológica na qual estamos entrando, o aumento das baterias, o armazenamento de energia, os veículos elétricos, a produção de energia verde por meio de fontes solares e eólicas — todos esses fatores impulsionarão o preço do cobre”, disse Cole na entrevista.

A OZ Minerals, que projeta a produção de 115.000 toneladas de cobre na mina de Prominent Hill em 2017, planeja financiar o desenvolvimento de Carrapateena com dinheiro, disse Cole a analistas mais cedo, em teleconferência. A empresa anunciou anteriormente que o lucro subjacente subiu para 80,6 milhões de dólares australianos no período de seis meses até 30 de junho, contra 55 milhões de dólares australianos um ano antes.

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