Por Vinícius Andrade e Felipe Marques.
A Franklin Templeton Investments está avaliando comprar uma gestora de ativos no Brasil, de olho no negócio de fundos de crédito corporativo do país.
“Faço crédito no mundo inteiro, mas no Brasil eu não faço”, disse Marcus Vinicius Gonçalves, diretor executivo da Franklin Templeton para o país, em entrevista em São Paulo. “Poderíamos comprar uma gestora, especialmente gestoras complementares ao que a gente faz, que façam crédito.”
O mercado para fundos de crédito tem crescido à medida que os investidores locais, diante dos juros na mínima histórica, buscam rendimentos mais altos que os de títulos do governo. Ao mesmo tempo, a expectativa com a agenda de reformas do governo tem aumentado o interesse de empresas financeiras estrangeiras em expandir suas operações no Brasil.
A Franklin Templeton, cuja sede fica em San Mateo, Califórnia, está particularmente interessada em fundos que investem em recebíveis (FIDCs), que, segundo Goncalves, são muito bem regulamentados no Brasil. O patrimônio dos FIDCs aumentou 37% nos últimos 12 meses, para R$ 136,4 bilhões (US$ 35 bilhões), de acordo com a Anbima.
“É um negócio que tende a se desenvolver, um mercado gigante, mas que foi mal utilizado”, disse Gonçalves.
Os gestores de ativos no Brasil têm fortalecido suas carteiras de fundos de crédito, com empresas como a JGP e o Banco BTG Pactual constituindo fundos de debêntures incentivadas – títulos isentos de impostos – para investidores de varejo nos últimos meses.
Gonçalves disse que a Franklin Templeton, que tem 30 funcionários no Brasil e administra cerca de R$ 7,4 bilhões, dificilmente comprará uma participação minoritária em outra gestora. Mas consideraria joint ventures com empresas locais.
Parte da estratégia da Franklin Templeton no Brasil tem sido vender versões locais de alguns de seus principais fundos globais para investidores de varejo por meio de plataformas digitais. A empresa lançou no ano passado uma versão do seu K2 Alternative Strategies Fund no país, mirando investidores brasileiros que buscam diversificar seus investimentos fora do país.
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