Por Katia Porzecanski.
Santiago Jariton, que já trabalhou como gestor de recursos no family office de George Soros, planeja montar um fundo de hedge voltado para ações da América Latina e, segundo pessoas a par da situação, o capital que ancora a empreitada virá de dois dos filhos do bilionário investidor.
Jariton, 37 anos, era responsável pelos investimentos em renda variável na América Latina na Soros Fund Management até maio. Ele deve lançar o fundo long-short (modalidade que aposta na alta e também na queda dos papéis) em fevereiro, com até US$ 250 milhões sob gestão, incluindo dinheiro aplicado por Jonathan e Robert Soros, disse uma das fontes, que pediu anonimato porque o tema é privativo. Representantes da nova entidade, chamada Emerging Variant, e da família Soros se recusaram a comentar.
O fundo negociará principalmente ações de empresas do Brasil, Argentina e México e terá escritórios em Nova York, Buenos Aires e São Paulo. Jariton começou a trabalhar na operação de private equity de Soros em 2005 e foi encarregado das ações latino-americanas em 2014. No novo empreendimento, ele usará a estratégia de análise de fundamentos das ações, de acordo com uma das pessoas.
Os investimentos de fundos de hedge em mercados emergentes aumentaram para um recorde de US$ 223 bilhões no terceiro trimestre, ou 11 por cento a mais do que um ano antes, de acordo com a Hedge Fund Research. Menos de 10 por cento dos 1.145 fundos de hedge que investem em países em desenvolvimento são focados na América Latina. Os fundos latino-americanos avançaram 10,3 por cento no terceiro trimestre, mais do que qualquer outra categoria regional.
Em junho, Robert — o mais velho dos cinco filhos de George Soros — deixou o cargo de vice-presidente do conselho da Soros Fund Management e decidiu investir seu próprio dinheiro no family office dos Soros. Em 2012, seu irmão Jonathan criou um family office associado, chamado JS Capital.
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