Fundos de hedge usam manual do capital privado atrás de ativos

Por Melissa Karsh.

Os fundos de hedge estão experimentando novas roupagens em um momento em que o estilo de investimento tradicional do setor perde seu brilho.

Dan Sundheim gosta de private equity. Tom Wagner procura um fundo de drawdown. Steve Cohen mira o capital de risco.

“Os fundos de hedge estão ampliando o leque de ofertas, adicionando por exemplo fundos de risco, crédito privado e estratégias ilíquidas com bloqueios mais longos”, disse Joseph Gasparro, que ajuda os fundos hedge a gerar capital como chefe de conteúdo de serviços de capital do Credit Suisse Group nas Américas. “Ao empregar novas ofertas, as empresas diversificam sua base de produtos e aumentam a estabilidade de seus ativos.”

Mesmo gestores bem-sucedidos veem a urgência de evoluir diante das pressões de mercado dos analistas quantitativos, dos indexadores e do presidente dos EUA, Donald Trump. Apesar de o setor ter sofrido com as saídas de recursos e com o desempenho desanimador dos 11 primeiros meses de 2018, os gestores estão acompanhando grandes investidores para dentro do mundo do capital privado, que está em expansão.

Sundheim: private equity

Sundheim liderou um dos maiores lançamentos de fundos de hedge de 2018 com a força de seu histórico como ex-chefe de investimentos da Viking Global Investors. Ele também colocou até 35 por cento do capital de investidores em empresas privadas e o saldo do fundo híbrido em ações negociadas em bolsa.

A D1 Capital Partners, que administra US$ 5,1 bilhões, aproveitou o crescente interesse por investimentos privados. O private equity teve outro ano forte em 2018, gerando cerca de US$ 415 bilhões em captação de recursos até 21 de dezembro, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Wagner: fundo de drawdown

A Knighthead Capital Management, um fundo de hedge de dívidas distressed fundada em 2008, está levantando recursos para seu primeiro fundo de drawdown com o objetivo de fazer apostas oportunistas.
A Knighthead, que viu seus ativos encolherem levemente para US$ 3 bilhões no ano passado, está usando uma estratégia mais comumente encontrada em firmas de private equity. O fundo de drawdown entrega à firma um dinheiro que ela pode usar posteriormente quando surgem eventos como falências e inadimplência.

Cohen: capital de risco

Cohen, um bilionário do ramo de fundos de hedge, está otimista em relação ao capital de risco na atualidade.
Sua empresa Point72 Asset Management tem conversado com investidores sobre a possibilidade de levantar capital externo para um fundo de capital de risco que poderia exceder US$ 750 milhões, informou a Bloomberg em novembro. A jogada se dá depois de os investidores terem injetado mais dinheiro em acordos de risco nos três primeiros trimestres de 2018 do que em todo o ano de 2017, segundo relatório da KPMG.

Cohen, que faz investimentos de risco em inteligência artificial e tecnologia financeira com seu próprio dinheiro por meio da Point72 Ventures, disse recentemente que pretende construir uma operação de grande escala. Ele projetou retornos estáveis dos fundos de hedge nos próximos dois anos e previu que o dinheiro continuaria fluindo para o investimento em índice.

“O mundo continua mudando e quem quer continuar nesse negócio precisa mudar, precisa continuar mudando”, disse, em novembro, no 92nd Street Y, em Nova York. A empresa, que administra US$ 13 bilhões, preferiu não comentar.

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