Por Nabila Ahmed e Manuel Baigorri.
Da indústria farmacêutica ao setor financeiro, os negócios estão pegando fogo em todo o mundo em 2018.
Apenas três semanas após o começo do ano, o valor das fusões anunciadas totaliza US$ 152,5 bilhões. É a maior somatória desde os US$ 374 bilhões acumulados no mesmo período durante o frenesi das transações do setor de tecnologia em 2000, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Embora haja nuvens no horizonte, executivos do setor bancário dizem que a redução dos impostos corporativos nos EUA, a força das economias e a disparada dos mercados de ações estão dando aos executivos a confiança para realizar transações de bilhões de dólares e, em alguns casos, até para pagar preços altos.
“Estamos no mesmo contexto sem expansão nem recessão que contribuiu para o forte final do ano para fusões e aquisições”, disse Susie Scher, codiretora de financiamento nas Américas para Goldman Sachs.
Até agora, o ano tem sido bom para o JPMorgan, que está no topo na lista dos assessores financeiros. A instituição esteve envolvida em quase US$ 42 bilhões em negócios. Goldman Sachs, o líder habitual, está em nono lugar. Mas o ano acaba de começar, é claro.
Os executivos e seus assessores financeiros passaram boa parte do ano passado esperando para ver como as propostas fiscais do presidente Donald Trump se sairiam. Quando a legislação tributária corporativa foi finalmente aprovada em dezembro, as empresas comemoraram as taxas mais baixas e a redução do imposto sobre a repatriação de lucros estrangeiros nos EUA – potencialmente para fazer aquisições.
Alvos dos EUA
“A clareza sobre a reforma tributária possibilita que as empresas tomem decisões que talvez tenham ficado pendentes no ano passado, quando as coisas estavam menos definidas”, disse Scher.
As empresas norte-americanas, que foram preteridas pelos adquirentes no ano passado, estão de volta à lista de compras em 2018, representando quase 60 por cento de todas as transações anunciadas até o momento, mostram os dados. A aquisição da Scana, com sede na Carolina do Sul, pela Dominion Energy em um acordoavaliado em cerca de US$ 14,5 bilhões, incluindo dívidas, é a maior compra do ano até agora.
Os alvos europeus estão menos atraentes e representaram US$ 32,4 bilhões em fusões até o momento. Mas, depois de meses de busca por uma aquisição, a Sanofi finalmente selou um acordo na segunda-feira e vai adquirir a fabricante de medicamentos contra a hemofilia Bioverativ por cerca de US$ 11,6 bilhões.
“As grandes empresas têm estado ativas graças ao crescimento econômico mais forte, aos mercados de ações bem orientados e aos acionistas, que estão abertos a transações transformadoras”, disse Guillaume Molinier, diretor administrativo da Lazard, com sede em Paris. “O aumento do ativismo também foi, em algumas ocasiões, um catalisador para as transações de fusões e aquisições”.
Entre em contato conosco e assine nosso serviço Bloomberg Professional.