Por Yvonne Yue Li.
A incerteza do mercado sobre os metais que abastecerão os carros do futuro começa a diminuir.
O excesso de oferta e a pandemia de coronavírus afetaram as perspectivas de curto prazo para minerais usados na fabricação de baterias recarregáveis. Porém, novos compromissos de governos com o transporte ecológico na China e na Europa, bem como restrições à mineração e futuros investimentos, levam a um consenso crescente de que os mercados estão chegando ao fundo do poço.
Além disso, tecnologias de baterias continuam a ficar mais baratas, e há razões para otimismo “nos próximos anos, depois de superarmos a situação atual“, disse Chris Berry, presidente da consultoria House Mountain Partners.
“A União Europeia, em particular, está essencialmente reconstruindo suas cadeias de suprimentos automotivos em torno de metais para baterias e incentivando a adoção de veículos elétricos“, disse Berry em entrevista por telefone. “Os chineses também restabeleceram o regime de subsídios para veículos elétricos.”
A exuberância sobre o futuro dos veículos elétricos levou a um excesso de oferta de metais como lítio e cobalto, fazendo com que os preços caíssem mais da metade em relação aos picos de 2018. Então, justo quando certo otimismovoltava aos mercados, a pandemia de coronavírus desacelerou a demanda e obscureceu as perspectivas de recuperação desses metais, bem como do níquel.
Embora as previsões de curto prazo tenham sido rebaixadas, as perspectivas de longo prazo continuam impressionantes. A BloombergNEF prevê que as vendas globais de veículos elétricos voltarão a crescer nos próximos anos, de 2 milhões no ano passado para 8,5 milhões em 2025, e para cerca de 26 milhões em 2030.
O mercado mundial de cátodo para baterias de íon-lítio, o tipo mais comum em carros recarregáveis, deve atingir US$ 58,8 bilhões até 2024 em relação aos US$ 7 bilhões em 2018, segundo relatório das Nações Unidas.
Com essas perspectivas, o maior produtor mundial de lítio espera uma virada do mercado até 2022.
A demanda “começa a voltar” com os preços à vista no piso agora, disse Kent Masters, novo diretor-presidente da Albemarle, em entrevista. A demanda “vai aumentar e usar esse excesso de oferta”. E, com o tempo, a demanda ultrapassará a oferta “e os preços mudarão drasticamente”, disse.