Por Daniel Cancel e Bruce Douglas.
Nas eleições deste ano, o Brasil escolherá entre um sistema baseado no mercado ou o retorno a um experimento estatal fracassado, disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, à Bloomberg.
Em entrevista no Credit Suisse Latin America Investment Conference, Meirelles — possível candidato à presidência — fez uma avaliação otimista da trajetória atual da economia brasileira, afirmando que espera ver a geração de 2 milhões de empregos neste ano com a recuperação da confiança. Ele apontou o aumento recente dos preços dos imóveis como um significativo indicador positivo.
Apesar do grande respeito dos mercados financeiros por Meirelles, sua candidatura depende basicamente de que os brasileiros sintam os benefícios da recuperação econômica. No momento, ele mal aparece nas pesquisas de opinião. Além disso, sua credibilidade foi prejudicada pela recente decisão da S&P Global Ratings de rebaixar a nota de crédito do Brasil para o território especulativo. Se nos próximos meses o Congresso não aprovar uma importante reforma previdenciária proposta pelo governo ele poderá ter dificuldades para apresentar um argumento convincente para a presidência.
As próximas eleições são a questão mais importante enfrentada pelo Brasil, disse Meirelles. “Decidiremos se seguiremos o caminho atual de reformas e modernização da economia”, disse. “Ou se retornaremos a um experimento mais orientado pelo Estado e que não funcionou.”
O ministro da Fazenda disse esperar a privatização da Eletrobras, a companhia estatal de eletricidade, para o fim do ano, medida que deverá levantar em torno de R$ 12 bilhões (US$ 3,8 bilhões) para o governo.
Ele acrescentou que acredita que a reforma da Previdência será aprovada em breve. “A reforma da Previdência não é uma opção”, disse. “Tem que ser feita.”
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