Por Richard Clough, Jeff Green e Laura Colby.
Presidentes de algumas das maiores corporações dos EUA, incluindo General Electric e Apple, estão garantindo a seus funcionários que apoiam a diversidade no ambiente de trabalho, em uma tentativa de diminuir a ansiedade causada pela eleição presidencial.
Jeffrey Immelt reafirmou o compromisso da GE com “pessoas de qualquer raça, gênero e orientação sexual” em um blog interno na quarta-feira que discutia a eleição. A mensagem do presidente da Apple, Tim Cook, foi que, na gigante de tecnologia, todos são bem-vindos, “independentemente de sua aparência, de onde vêm, como rezam ou quem amam.” Oscar Munoz, da United Continental, comunicou aos funcionários que eles representam “todo credo e convicção, origem e crença”.
O tema diversidade ganhou maior destaque porque a eleição presidencial expôs divisões amargas em termos do tratamento de mulheres e minorias; direitos dos trabalhadores homossexuais, bissexuais e transgênero; e disparidades de gênero no mercado de trabalho. Após a vitória surpreendente de Donald Trump sobre Hillary Clinton, as empresas tentam descobrir o que fazer para aliviar tensões e seguir adiante.
Milhares de pessoas em Boston, Chicago, Seattle, Nova York e outras cidades saíram às ruas, bloquearam vias e queimaram figuras de Trump para protestar a guinada política à direita.
‘Áreas de angústia’
A partir da meia-noite de terça-feira, Karyn Twaronite, diretora de diversidade global e inclusão da empresa de consultoria e contabilidade EY, começou a receber centenas de e-mails de funcionários “trazendo preocupações, pensamentos e observações”, além de “áreas de angústia”.
“Na verdade, estou esperançosa porque há tanto diálogo. Conseguimos conversar sobre assuntos que as pessoas nunca tinham conversado antes, como racismo e sexismo”, disse Twaronite, acrescentando que aproximadamente dois terços dos funcionários da EY nasceram a partir da década de 1980.
Mas há motivos para preocupação. Defensores da diversidade antecipam enormes mudanças nas regulamentações trabalhistas se Trump cumprir a promessa de derrubar ordens executivas de Barack Obama. Em 28 Estados dos EUA, é legal demitir um funcionário por ser gay.
Trump vai nomear seu Procurador Geral e poderá nomear um novo conselheiro geral e presidente para a Comissão de Oportunidades Iguais ao Emprego (EEOC), além de trocar as lideranças do Departamento de Trabalho e da Comissão Nacional de Relações Trabalhistas (NLRB). Neste ano, juntamente com o Departamento de Justiça, a NLRB escreveu diretrizes exigindo que o governo trate orientação sexual e identidade de gênero como protegidas pela Lei de Direitos Civis.
Durante os dois mandatos de Obama, o Departamento de Justiça e a EEOC assumiram casos de discriminação envolvendo religião, identidade de gênero, orientação sexual e raça. Alguns dos processos de diversidade de maior destaque foram movidos contra McDonald’s, Abercrombie & Fitch e AutoZone.
Muitos comandantes de empresas preferiram não comentar sobre Trump nesta semana e pediram que os funcionários tentem superar o rancor partidário. O presidente da Starbucks, Howard Schultz, que havia declarado apoio a Hillary, enviou uma carta aos colaboradores afirmando que “temos uma escolha sobre como tratamos uns aos outros”, independentemente do candidato preferido.
Cada vez mais, as empresas reconhecem a necessidade de espelhar sua clientela. Recrutar mulheres, minorias e pessoas de diferentes orientações sexuais pode ajudá-las a se manter competitivas e inovadoras.
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