Gestora com US$ 200 bi separa bons fundos de hedge dos ruins

Por Peter Levring.

A indústria de fundos de hedge não é mais a mesma. Para começo de conversa, muitos fundos abriram mão de hedge em momentos cruciais na última década, de acordo com a unidade de gestão de fortunas do maior banco dinamarquês, o Danske Bank, que administra US$ 200 bilhões em ativos.

“Olhando para trás, muitos fundos de hedge estiveram bastante expostos ao mercado”, disse Anders Svennesen, diretor de investimentos do braço de previdência do Danske, chamado Danica, que recentemente foi promovido a diretor de investimentos da divisão de gestão de fortunas.

“Um fundo de hedge de verdade precisa de neutralidade em relação ao mercado, mas um número enorme deles aproveita a queda dos juros e a alta dos preços das ações”, disse Svennesen em seu escritório, próximo de Copenhagen. Segundo ele, terceirizar a gestão de ativos para fundos de hedge não é um modelo adequado a seus objetivos no momento.

“Historicamente, nossas carteiras tiveram exposição a fundos de hedge”, afirmou Svennesen. “Podemos obter exposição novamente no futuro se fizer sentido para nossas carteiras.”

O Danske informa que parte do foco em gestão de fortunas vem do desejo de diversificar fontes de renda para lidar com os juros negativos da Dinamarca. O banco central, que defende o atrelamento da coroa ao euro, cortou a taxa básica de juros para menos de zero pela primeira vez em 2012.

Esquecendo o hedge

Svennesen conta que o truque é identificar fundos de hedge que fazem jus ao mandato de neutralidade em relação ao mercado – e não começam a perder dinheiro assim que um choque paralisa uma tendência de preço. Ele rejeita a noção de que o atual ambiente de juros baixos alterou a lógica dos fundos de hedge, que costumam cobrar taxas elevadas por seus serviços.

“Aqueles que realmente conseguem neutralidade em relação ao mercado e operam da maneira correta entregam retorno positivo e isso ainda é absolutamente necessário”, ele afirma. “Especialmente no ambiente atual.”

Para Svennesen, a reputação do setor foi abalada principalmente porque muitos fundos se deixaram levar por momentos empolgantes no mercado – e foram derrubados quando a maré virou.

Problemas de imagem

“É uma percepção alimentada por muitos fundos com exposição de 40-50 por cento a riscos de mercado”, ele disse, se recusando a identificar qualquer fundo pelo nome.

Poul Kobberup, responsável por investimentos em renda fixa na unidade de gestão de fortunas do Danske, prefere administrar seus ativos dentro de casa.

“Mas é difícil em algumas áreas”, ele disse. “Um bom exemplo é a flexibilização toda vinda do Banco Central Europeu e o efeito de liquidez. Os fundos de hedge que temos na Dinamarca operam nos mercados dinamarqueses e suecos de recompra. O trabalho deles foi fantástico – quase todos produziram retorno de dois dígitos no ano passado. Portanto, quando executado corretamente, é um modelo que funciona.”

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