Goldman e BofA demitem traders após sentirem mercados de 2016

Por Dakin Campbell, Laura J. Keller e Hugh Son.

O Goldman Sachs e o Bank of America, dois dos maiores bancos de investimentos de Wall Street, planejam utilizar as demissões periódicas de profissionais de baixo desempenho deste ano para reduzir custos em um momento em que a baixa do mercado pressiona os retornos.

O Goldman Sachs eliminará mais de 5 por cento dos traders e vendedores de seu negócio de renda fixa, reduzindo essas operações de forma mais profunda em relação à varredura anual na empresa, normalmente usada para abrir caminho a novos contratados, disse uma pessoa informada sobre a situação na quinta-feira. O Bank of America demitirá cerca de 150 funcionários dos setores de trading e investment-banking na semana que vem em um momento em que o diretor de operações da empresa, Thomas Montag, pressiona os gerentes a cortarem despesas, disseram pessoas com conhecimento de sua decisão.

A turbulência do mercado global neste ano, incluindo o pior início de ano da história para as ações dos EUA, está colocando mais pressão sobre Wall Street para diminuir as operações em um momento em que os clientes estão recuando e as corporações estão evitando vender certos tipos de títulos. A situação se dá em um momento em que os bancos de investimento já estavam em dificuldades para reformular as unidades de renda fixa devido a regras de capital mais rígidas e à queda nas negociações. O ano passado foi o pior para a negociação de renda fixa desde 2008, segundo a empresa de pesquisa Coalition Development.

O Goldman Sachs normalmente elimina os 5 por cento com pior desempenho nesta época do ano, mas às vezes ultrapassa esse número. Em janeiro, a empresa planejava medir os mercados de renda fixa durante alguns meses antes de decidir se cortaria as operações relacionadas de forma mais profunda, disse uma pessoa familiarizada com as deliberações na época. As demissões planejadas agora vão além da norma para toda a empresa, mas não chegarão a 10 por cento, disse a pessoa informada sobre a decisão na quinta-feira, pedindo anonimato por discutir assuntos de recursos humanos.

‘Continuamos comprometidos’

O CEO do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, deu respaldo às operações de renda fixa para ganhar mais clientes em um momento em que os rivais recuam e reconhecem que sua receita com o negócio não está se recuperando. Contudo, ele disse aos investidores no mês passado que a empresa reduziu o número de funcionários em renda fixa em 10 por cento desde o início de 2012 para equilibrar a busca por participação de mercado e o foco nos retornos. Enquanto isso, a empresa com sede em Nova York somou mais de 3.000 funcionários desde o fim de 2011.

“Continuamos comprometidos com o nosso negócio de FICC, mas também estamos gerenciando para o ciclo”, disse Blankfein no mês passado em referência aos segmentos de renda fixa, moedas e commodities. “Não consideramos isso uma mudança estrutural. Poderia ter aspectos estruturais relacionados à evolução do mercado de FICC em termos de regras, tecnologias e plataformas que estão sendo usadas — mas não acho que se trata de deixar o negócio”.

Enquanto o Goldman Sachs avaliava os mercados, alguns rivais sinalizaram mais desacelerações. O chefe do banco de investimento do JPMorgan, Daniel Pinto, disse em 23 de fevereiro que a receita com vendas e trading de ações e renda fixa caiu cerca de 20 por cento neste ano. O Goldman Sachs não forneceu informações similares.

Plano do BofA

No Bank of America, Montag vem pressionando seus comandados há meses para que reduzam as despesas nas operações de trading e investment banking que ele administra. Pessoas com conhecimento da iniciativa disseram em janeiro que os gestores receberam liberdade para decidir como reduzir os orçamentos, mas previram prováveis cortes de postos de trabalho para este mês.

O banco planeja notificar os trabalhadores afetados em 8 de março, disseram as pessoas informadas sobre a decisão. Em setembro, a empresa cortou 200 empregos nas unidades de trading e investment-banking em uma tentativa de cortar despesas, disse uma pessoa informada sobre a decisão na época.

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