Por Sridhar Natarajan e Michelle F. Davis.
O Goldman Sachs planeja abrir uma corretora de ações no México aumentando sua presença na segunda maior economia da América Latina.
Isso permitirá ao banco comprar e vender ações no mercado local em nome dos clientes, segundo pessoas com conhecimento do assunto. A nova divisão de negócios, que ainda levará meses para começar a operar, poderia aumentar a participação do Goldman em um mercado no qual alguns de seus maiores concorrentes no setor bancário dos EUA já oferecem serviços completos de corretagem de ações.
Um porta-voz do Goldman não quis comentar o plano.
O banco de investimentos americano já tinha uma licença para realizar operações de renda fixa no México, segmento no qual atua há alguns anos, e agora planeja expandir a plataforma para o mercado de renda variável. Uma corretora de renda variável com todos os serviços disponíveis no México também poderia ajudar o Goldman a conseguir liderar mais ofertas iniciais de ações, podendo oferecer liquidez após os IPOs.
“Empresas que estão emitindo ações querem que os investidores locais possam comprá-las”, disse Larry Tabb, fundador da Tabb Group, com sede em Nova York que analisa a estrutura dos mercados financeiros. “Se você não negocia as ações dessas empresas, é mais um desafio em termos de obter negócios de subscrição.”
Investir no México pode ser desafiador – especialmente em 2019. Muitos empresários estão em alerta desde que Andrés Manuel López Obrador foi eleito presidente em julho de 2018 com uma plataforma populista. No começo do mês, seu governo cortou a estimativa de crescimento para o México em 2019 – a maior economia da região depois do Brasil – para 1,1% a 2,1%, comparativamente à projeção anterior de 1,5% a 2,5%.
No mês passado, o Goldman deu mais atribuições a Carlos Fernandez-Aller, que agora também divide o comando da unidade de renda variável na América Latina, segundo um anúncio interno. O executivo já comanda a operação de renda fixa do Goldman na região e continuará no posto. O objetivo é alinhar mais de perto as equipes que negociam ações, títulos, moedas e commodities na unidade latino-americana, segundo o memorando.