Goldman lidera em gestão de fortunas na Ásia

Por Chanyaporn Chanjaroen.

Os maiores bancos privados da Ásia passaram anos contratando para dar conta da quantidade de milionários recém-surgidos. Agora, eles estão espremendo mais seus executivos.

Os gerentes de relacionamento que atendem a clientes ricos na região estão administrando quantidades maiores de dinheiro, e a média de ativos administrados por cada um subiu para o recorde histórico de US$ 341 milhões no ano passado na Ásia, de acordo com a Asian Private Banker. O Goldman Sachs Group ficou no topo das paradas já que cada gerente lida com quase três vezes esse valor.

O aumento dos conjuntos de riqueza reflete, em parte, o grande volume de indivíduos ricos que está sendo criado na Ásia, região com mais milionários do que a América do Norte. No entanto, essa oportunidade enfrenta as dificuldades de administrar uma unidade de private banking, como custos crescentes de conformidade e uma oferta relativamente pequena de profissionais nos mercados locais.

“Todos os bancos estão começando a perceber que o nível de riqueza aumentou, mas o número de gerentes de relacionamento é limitado”, disse Sean Kang, diretor da consultoria de patrimônio Scorpio Partnership. A região está criando indivíduos com pelo menos US$ 1 milhão em ativos de investimento a um ritmo três vezes maior que a taxa de aumento do número de banqueiros privados, mostram dados da Scorpio Partnership.

Os bancos privados aumentaram o número de funcionários nos últimos anos para acompanhar a expansão da base de clientes: de 2015 até o final do ano passado, os 20 maiores gestores de patrimônio da Ásia, excetuando a China continental, aumentaram em 12 por cento o número de funcionários, para 5.843, segundo dados da Asian Private Banker. Cada vez mais, alguns especialistas questionam se esta abordagem é sábia.

“A lucratividade é um desafio que está apresentando dificuldades para os bancos privados na Ásia”, disse David Wilson, diretor de gestão de patrimônio da Ásia na Capgemini Financial Services. Alguns dos bancos privados da região estão percebendo que as grandes ondas de contratações nem sempre os ajudam a atingir metas de crescimento de ativos sob gestão ou receita, disse ele.

Na Suíça, cada gerente de relacionamento gera 25 por cento mais receita em média do que os de Cingapura e Hong Kong, de acordo com a Scorpio Partnership.

O número de executivos do Credit Suisse Group na Ásia caiu 8 por cento no ano passado, de acordo com o relatório anual do banco suíço, revertendo parte da rápida expansão dos anos anteriores. “Continuamos contratando gerentes de relacionamento seniores de modo estratégico em toda a região e, ao mesmo tempo, gerenciamos o desempenho”, disse Edna Lam, porta-voz do Credit Suisse em Cingapura. “Como resultado, a produtividade dos gerentes de relacionamento continua aumentando de forma robusta”, acrescentou ela.

Goldman Sachs

No Goldman Sachs, os ativos administrados por cada gerente de relacionamento na região aumentaram em média 29 por cento, para US$ 988,6 milhões no ano passado, embora o número de funcionários tenha caído 3,3 por cento, para 88, segundo a Asian Private Banker.

Um representante do Goldman Sachs preferiu não comentar os números, embora o banco tenha afirmado que procura manter um bom equilíbrio entre clientes e administradores de patrimônio. “Nossa base de clientes é formada quase exclusivamente por indivíduos de altíssimo patrimônio líquido que exigem soluções extremamente personalizadas e exclusivas, e cada um de nossos consultores de patrimônio privado cobre apenas um pequeno número de clientes”, disse Ronald Lee, sócio do Goldman Sachs que dirige a unidade de gestão de patrimônio privado do banco na região Ásia-Pacífico.

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