Por Pratish Narayanan com a colaboração de Sharon Cho e Martin Ritchie.
O benefício de possuir commodities poucas vezes foi tão grande, segundo o Goldman Sachs.
Com a alta das matérias-primas, devido às crescentes tensões políticas em todo o mundo, e um crescimento econômico que continua forte, analistas do banco, incluindo Jeffrey Currie, dobraram a aposta na recomendação “overweight”. Eles reiteraram a visão de que as commodities renderão retornos de 10 por cento nos próximos 12 meses, segundo nota de 12 de abril.
O Bloomberg Commodity Index subiu mais de 2,5 por cento nesta semana, maior alta em dois meses. Outro indicador de matérias-primas, o S&P GSCI Index, avançou mais de 5 por cento nesta semana, para níveis vistos pela última vez em 2014.
Os ganhos são impulsionados pelo petróleo, que deve ter o melhor salto semanal desde julho, e pelo alumínio, prestes a registrar o maior rali desde 1987. Quem investe no petróleo está nervoso com a possibilidade de transtornos para a oferta no Oriente Médio após a ameaça dos EUA de bombardear a Síria, uma aliada da Rússia e a interceptação de mísseis disparados por rebeldes do Iêmen na Arábia Saudita em meio à crescente preocupação de que os EUA possam voltar a impor sanções ao Irã e limitar as exportações do país.
No mercado do alumínio, as sanções dos EUA à produtora russa United Co. Rusal, maior fabricante do metal fora da China, gerou dificuldades para que os compradores encontrassem oferta.
“Com baixas correlações entre ativos, riscos inflacionários crescentes, um carry positivo e o potencial de transtornos à oferta de petróleo no Oriente Médio, em raras oportunidades o argumento estratégico para a posse de commodities foi mais forte”, escreveram os analistas do Goldman no relatório.
Os mísseis disparados contra a Arábia Saudita por rebeldes pró-iranianos Houthi no Iêmen e a perspectiva de retaliação dos EUA contra o presidente sírio Bashar al-Assad — cujas forças são apoiadas pela Rússia e pelo Irã — devido à suspeita de um ataque com armas químicas aumenta o risco de transtornos para a oferta, informou o Goldman.
“A natureza unilateral da escalada de tensões até aqui sugere que os impactos à produção provavelmente seriam modestos a princípio, a menos que haja um conflito militar entre Arábia Saudita e Irã”, escreveram os analistas do banco. “Com estoques baixos e em queda, o mercado continua vulnerável até mesmo a pequenas interrupções.”
Ameaça de sanções
Há também uma preocupação crescente de que os EUA desistam do acordo do Irã com as potências globais, que diminuiu as sanções ao país da Opep em troca da limitação do programa nuclear do país. As nomeações de John Bolton como conselheiro de Segurança Nacional dos EUA e de Mike Pompeo como secretário de Estado, ambos defensores de políticas duras para o Irã, ampliou significativamente as chances de as sanções serem reintroduzidas pelo governo do presidente Donald Trump, segundo o Goldman.
No mercado de alumínio, todas as partes da cadeia de abastecimento correm para avaliar os riscos de operação de metais da Rusal, uma empresa que, segundo o Goldman, representa 6 por cento da produção global. As oscilações causarão transtornos significativos a curto prazo, segundo o banco, que sinalizou riscos ascendentes para sua projeção de US$ 1.950 a tonelada no fim do ano.
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