Goldwind negocia compra de ativos eólicos do Grupo Pescarmona no Brasil

Por Vanessa Dezem.

A Xinjiang Goldwind Science Technology Co., a maior fabricante de turbinas eólicas da China, está em negociações para comprar todas ou algumas das operações eólicas do Grupo Pescarmona no Brasil dono da Impsa -, de acordo com quatro pessoas próximas à transação.

O conselho da Goldwind já autorizou a aquisição disse uma das pessoas, que pediu para não ser identificada porque o assunto não é público. A companhia ainda não decidiu se vai fechar um negócio que envolva toda a unidade brasileira, a Wind Power Energia – que entrou com um pedido de recuperação judicial em novembro – ou alguns ativos da companhia, incluindo a fábrica de turbinas em Pernambuco. A transação seria o primeiro passo da Goldwind no mercado de energia eólica do Brasil. O país tem cerca de 6,8 gigawatts de capacidade eólica instalada, 50 por cento a mais do que há um ano, e outros 10 gigawatts estão em construção, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Embora isso esteja atraindo fornecedores do mundo inteiro, as regulamentações sobre conteúdo local exigem que as empresas de energia utilizem turbinas produzidas ou montadas no país para terem financiamento estatal.

“O Brasil tem potencial para gerar 300 gigawatts de energia eólica e a Goldwind escolheu esse mercado para se expandir”, disse Rafael Guerra, gerente de desenvolvimento corporativo da Goldwind no Brasil, em uma entrevista. “Estamos estudando o mercado brasileiro há anos”.

A Goldwind contratou um escritório de advocacia e uma consultoria financeira para facilitar sua entrada no Brasil, disse ele, sem dar detalhes específicos de aquisições.

A negociação O Grupo Pescarmona está negociando com potenciais compradores para seus ativos no Brasil, disse Ismael Jadur, porta-voz da empresa com sede em Mendoza, Argentina, em uma entrevista por telefone. Ele não identificou nenhuminteressado . Entre os ativos da empresa no Brasil estão uma fábrica de turbinas e instalações no Porto de Suape, em Pernambuco.

A empresa também tem parques eólicos e uma fábrica que produz equipamentos para usinas hidrelétricas, que não estão nos planos da Goldwind, de acordo com uma das pessoas.

As operações da Wind Power Energia foram efetivamente paralisadas quando a unidade entrou com um pedido de recuperação judicial em novembro.

A fábrica de turbinas no Brasil tem uma capacidade de produção de 1 gigawatt “e tirá-la do mercado foi algo relevante”, disse Helena Chung, analista da Bloomberg New Energy Finance em São Paulo. “Uma das maiores dificuldades dos projetos eólicos para obter contratos em leilões de energia é a escassez de turbinas. Uma aquisição seria o melhor modo de garantir que o mercado tenha as máquinas o mais rápido possível”.

Adquirir operações locais daria à Goldwind um ponto de apoio no mercado latino-americano, disse Pan Xifeng, analista da Northeast Securities Co. na China. “Aquisições ou joint ventures ajudariam os fabricantes chineses de turbinas a entrar no mercado com os requisitos de conteúdo local e a garantir empréstimos no Brasil”.

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