Google incorpora verificação de dados em resultado de busca

Por Mark Bergen.

Primeiro a verificação de dados chegou no Facebook. Agora está chegando no Google.

O maior motor de busca do mundo lançou um novo recurso que coloca uma etiqueta de “Fact Check” (dado verificado) em trechos de artigos de seus resultados de notícias. A unidade da Alphabet já havia realizado testes limitados. Nesta sexta-feira, a companhia ampliou o recurso a todos os itens das páginas de notícias e ao enorme catálogo de busca.

Este é o mais recente sinal de que o Google está reagindo à crescente pressão para fiscalizar o conteúdo que apresenta on-line, após a crítica de que a companhia e outras empresas de internet contribuíam na difusão de informações errôneas.

O Google não renunciará completamente à sua abordagem usual de não intervenção: a companhia permite que terceiros façam verificação de dados. O objetivo desta abordagem é legitimar ou questionar as notícias on-line, afirmou o Google em postagem de blog. Os resultados de busca verificados informam o nome da pessoa ou do grupo que realizou a avaliação e a conclusão da verificação de veracidade.

O Google está trabalhando com organizações de verificação de veracidade, como PolitiFact e Snopes, mas também abriu o sistema para veículos de comunicação, inclusive The Washington Post e The New York Times. Em teoria, as organizações da mídia poderiam usar o novo recurso para se verificarem mutuamente. Ou os veículos de comunicação poderiam dar veredictos diferentes sobre a veracidade do mesmo artigo.

“Essas verificações de dados não são do Google e são apresentadas para que as pessoas tenham mais informações para julgar”, disse o Google. “Mesmo que sejam apresentadas conclusões diferentes, acreditamos que ainda assim isso é útil para que as pessoas entendam o grau de consenso em torno de determinada notícia e para que elas tenham informações claras sobre quais fontes estão de acordo.”

Qualquer veículo de comunicação pode solicitar adicionar etiquetas de verificação de dados ao conteúdo, mas os algoritmos de busca do Google determinarão se eles aparecerão nos resultados, disse uma porta-voz.

A companhia pretende reservar a etiqueta para os resultados de busca sobre notícias públicas acessíveis do fato, e não sobre opiniões. Os veículos de comunicação podem redigir as etiquetas que aparecem ao lado dos resultados, como por exemplo, “Verdade”, “Principalmente falso” ou “Mentira cabeluda!” (uma das preferidas da PolitiFact).

As queixas sobre a influência das informações errôneas, ou “fake news” (notícias falsas), começaram após a eleição presidencial dos EUA. O Facebook, um dos principais condutores do tráfego on-line dos veículos de comunicação nos EUA, foi o principal alvo das críticas. Na quinta-feira, a companhia lançou em sua principal rede social novos recursos criados para mostrar aos usuários como identificar notícias falsas.

Mas o Google não ficou imune ao escrutínio. Os críticos têm apontado vários casos de artigos imprecisos e enganosos que surgem nos resultados de busca. Esses exemplos são particularmente gritantes quando o Google mostra o que encontra na forma de fragmentos minúsculos, uma prioridade para a empresa nos últimos anos.

“Do nosso ponto de vista, em nenhuma circunstância deveriam ser distribuídas notícias falsas, por isso todos nós queremos melhorar isto”, disse o CEO do Google, Sundar Pichai, à BBC News pouco depois da eleição dos EUA.

O Google não está remunerando os veículos de comunicação nem as organizações de verificação de dados. Uma porta-voz do Google disse que os artigos que usarem a nova etiqueta de verificação não serão posicionados de forma diferente nos resultados das buscas.

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